quinta-feira, 10 de setembro de 2009

De Castro Elias

A grandeza das pessoas é facilmente mensurável pela capacidade de contrariar as adversidades.

A mediática palavra crise facilmente se confunde com desistência, e falta de vontade de combater.

Para o Chef Miguel Castro Silva desistir e ficar parado são palavras fora do seu dicionário, o projecto do norte já é passado e Lisboa é agora a sua cidade.

Tanto melhor para os alfacinhas que agora alojam um dos melhores chefs lusos, e deixaram de precisar de fazer 313km para degustar as suas criações. Certo é que a ementa não é tão requintada, as técnicas são um pouco mais básicas, mas o nível de qualidade do produto final é de altíssima qualidade.

Ontem a minha ementa foi couvert (1,00€), codorniz de escabeche (2,90€), tortilha clássica (4,90€), atum com feijão-frade (2,90€), salada de frango grelhado (2,70€), agua das pedras (0,95€), um copo vinho tinto Douro CARM lote MCS (3,80€) e um café (1,25€) o que perfaz um total de 20,40€. Apesar de ser um estilo de tapas, não é nada caro para todo este manjar (por isso é que estou gordo).

Vou destacar a codorniz que estava magistralmente cozinhada e temperada, sem os desvios habituais para a excessiva acidez, ou pior quando a a carne fica estilo pastilha, simplesmente muito bom.

Não quero deixar de referir que ainda havia o “miminho” do chef. Ontem foram Janquinzinhos, uma verdadeira delicia.

A ementa, muito mais alargada do que o meu estômago comporta, está repleta de iguarias como as iscas de bacalhau, moelas em molho picante, e os pezinhos de coentrada.

O espaço não é grande, deve albergar no máximo 30 comensais, com uma decoração simples mas eficaz, pois dá um ar luminoso a um local com pouca exposição solar. Fica a nota para os três relógios com horas de Lisboa, Almancil e Madrid, curioso não?

Ganharam aqui um cliente que só se vai cansar quando rodar a ementa toda. E parece que a partir de dia 17 deste mês também vão abrir para jantar, o que é sempre uma boa noticia!

Aqui estão as coordenadas:
Restaurante De Castro Elias
Aberto das 12h às 19h.
Av. Elias Garcia, no 180 B (junto à Gulbenkian)
Tel. 217 979 214

Preço médio – 20€

Serviço: 3, Decoração: 3, Menu: 4, Carta de Vinhos: 3, Preço: 4

Nota Final (0-5) : 3+ / Bom

12 comentários:

Anónimo disse...

quantos restaurantes é que abrem como este em Lisboa que não têm qualquer visita nem qualquer comentário vosso? Este ainda não "abriu" e está cheio de menções elogiosas dos criticos e da imprensa. Os comentários de quem experimentou foram negativos. A minha experiência não foi boa nem má. Mas restaurantes daqueles há largas dezenas na grande lisboa~, alguns melhores e mais baratos.
Se não fosse MCS queria ver quantos criticos la iam. Se não fosse MCS aquele espaço não justificava uma visita. A questão que coloco é a seguinte
O que motiva um grande chefe, que detinha o melhor restaurante do Porto a vir para um vão de escada em Lisboa?

Anónimo disse...

Já faz lembrar o Baena, critícos a gostar, público a fugir. Acabou despedido. E agora

EuSouGourmet disse...

Olá Anónimo (s),
Fico muito contente que comente e crie temas de conversa sobre os meus posts, pois só assim se pode extrapolar tudo em redor de um tema.
Realmente o MCS sempre nos habitou às suas técnicas vanguardistas, principalmente no que respeita a cozinha de baixa temperatura.
Neste momento, e porque estava sem trabalho (depois da partida que lhe foi feita no bull&bear), aceitou com uns amigos criar um projecto em Lisboa à semelhança do BB Gourmet (Eu não lhe vejo grande diferença).
Já nesse tempo a aceitação foi alta e bem vinda pelos comensais que o visitavam, agora fez o mesmo em Lisboa e, apesar de estar no início, já dá mostra de qualidade.
Graças a Deus! E, como já referiu, em Lisboa estes projectos proliferam e é escusado especular sobre quem foi o primeiro, o que interessa é que os há e com qualidade.
Não quero parecer que me estou a justificar, mas esta semana falei em 27 restaurantes diferentes no meu blogue, e ainda vou falar de mais dois até domingo.
Acho que não privilegio uma pessoa, um restaurante ou uma marca, mas sim a boa gastronomia praticada em Portugal. Certo é que alguns se distraem e fazem asneiras e, claro, todos devemos alertar esse decréscimo de qualidade (não foi o caso).
Fui e gostei do que comi e bebi, não sou amigo pessoal do MCS. Fui sem avisar, sem me apresentar, fiz anonimamente o meu pedido. Fui um cliente normal que pagou a conta e saiu satisfeito.
Muito obrigado pelo seu comentário.
V

Anónimo disse...

Uma das grandes diferenças (em relação ao BB Gourmet) que eu vejo é a dignidade do espaço e da localização.

EuSouGourmet disse...

De facto são espaços diferentes, e o BB era um pouco mais "arejado".
Mas os preços praticados, face à qualidade dos produtos e experiencia da confecção são bastante acima da média.
Fica também uma nota menos positiva no que respeita ao couvert (1,00€) e café (1,25). O primeiro porque achei muito banal e sem graça (eu não costumo comer pão para encher antes da refeição, mas por vezes a fome obriga), e o café estava muito perto dos preços de alguns pratos o que me parece excessivo.
De resto gostei muito e voltarei lá para a próxima semana para os pezinhos de coentrada e iscas de bacalhau.
Obrigado pelo comentário.

Anónimo disse...

Visitei esta semana com mais dois amigos para podermos provar varios pratos e foi uma decepção. Pessimo serviço, esforçado mas mau. Daquilo que provei só posso falar bem do bolo de chocolate e do café. Do resto, acho que as várias "tascas" que estão por ali servem parecido, e mais surpreendente, com a mesma falta de qualidade dos ingredientes.

Anónimo disse...

Devo ter ido ao restaurante errado, porque gostei da experiência!
O serviço tem lacunas, presenciei várias, mas não as considerei graves, tendo em conta a pretensão do restaurante.
Quanto às "tascas" da zona (conheço-as todas) não percebo como podem entrar em modo comparativo.

Anónimo disse...

Baena despedido??? Ao menos sabe o que está a dizer? Por amor de Deus... Não fale do que não sabe... Não diga disparates...

Anónimo disse...

Hoje fui ao "De Castro Elias".... uma decepção...

Não percebo como alguns críticos são tão acríticos. o Miguel Castro Elias ganhou fama e agora vive dela.

Mas vamos aos factos.

Serviço esforçado mas incompetente. Depois de termos acabado os pratos ficaram pelo menos 15 minutos sem serem retirados (será que não conhecem o código da posição dos talheres?).

Couvert, pão de qualidade, pasta de atum sem interesse e presunto mediano.

Foram pedidos ameijoas com feijão manteiga e arroz de camarão.

Ambos os pratos pareciam sopa, de tanto caldo. Uma coisa é arroz malandro outra é sopa de camarão com arroz. As ameijoas com feijão, de igual modo, pareciam sopa de feijão com ameijoas.

O arroz parecia ter resultado da técnica dos restaurantes baratos: fazer a calda e o arroz branco à parte e juntar tudo quando o cliente pede o prato, tão sem gosto estava.

O feijão não parecia manteiga mas, sim, catarino. O feijão manteiga permite fazer molhos mais cremosos e densos o que não foi aproveitado na receita. Enfim, o que nos foi servido foi um caldo com feijão, algumas ameijoas, uns pedaços de tomate mal cozido e uns troços de coentros.

Demasiado pouco para os €46 que paguei.

Como estava na hora de almoço preferi pedir um cerveja. Pedi duas cervejas (só tinham ninis da marca que escolhi) e quando pedi a terceira já não tinham suficientemente fresca. Só duas garrafas estavam no frigorifico?

Vou voltar para ter a certeza que não foi um acaso e que não é uma fraude... Do MCE esperava muito mais.

Enfim, serviço fraco e comida péssima..

Mário Carreira

Anónimo disse...

pessoalmente, gostei da comida, mas o serviço não é muito bom... talvez seja uma questão de ajuste de agulhas. Algo excelente no espaço é o horário de abertura, que não é vulgar por estas partes.
MP

Anónimo disse...

Foi seguramente um dos piores restaurantes em que já estivemos. O espaço é no mínimo despido, branco, ou duma forma possidónia: "clean".
A comida, verdadeiramente para esquecer. A entrada, uma tarde de tomate, cebola e oregãos, não deixava transparecer o sabor de nenhum destes ingredientes. A base, estava simplesmente crua. Substituída por uns ovinhos de codorniz com paio, sem história. O paio em pequenos cubos, industrial. O prato principal, uma perna de pato, excessivamente salgada, e miseravelmente acompanhada de batatas cozidas e passadas pelo molho. Este, supostamente de Porto e cogumelos, não sabia a nada.
Quanto ao serviço, uma desgraça. A espera para escolher o vinho, de resto a preços exorbitantes - verdadeiro assalto -, levou-nos a beber um copo de sangria de espumante [sic]... Péssima e com frutas em calda, à excepção da maçã. Saímos sem tomar café. Fica tudo dito.
Ou nem tudo. Assistimos à limpeza das mesas com um detergente qualquer em spray. Dada a exiguidade do espaço, creio que os comensais que estavam ao lado das mesas que limpavam tiveram a sua comida perfumada com o tal detergente !

Anónimo disse...

Gostei: Comida: Óptima, serviço simpático, preço razoável
Recomendo