Chegou o frio e a chuva, típicos da estação do
Inverno, e os brancos e os rosés tornam-se material estacionário das
prateleiras.
Há uma forte resistência em consumir este tipo de
vinhos fora do Verão, certamente por se beberem frescos e, nas alturas
de maior desconforto térmico, opta-se por aquele que se adequa melhor às
condições: tintos para aquecer, brancos e rosés para refrescar. Este é
um pensamento que acredito ser desadequado e inapropriado, pois durante o
calor, refrescam-se as casas, e, quando está frio, há o aquecimento,
havendo, dentro das casas, uma temperatura quase constante durante o ano
inteiro. Perante estes factos, porquê a resistência? Há que largar os
estereótipos, combater a resistência e, de uma vez por todas, alargar de
forma regular o consumo dos brancos e rosés ao longo do ano. Se os
espumantes não se confinam às estações, por que razão havemos de beber
os brancos e rosés apenas nos dias solarengos? Eis aqui um conjunto de
brancos que recentemente provei, gostei e sei que se podem beber nos
diferentes 365 dias do ano.
Vila Santa Reserva Branco 2010
Vinificado
das castas Antão Vaz, Arinto e Verdelho, fermenta parcialmente em
barricas novas de carvalho francês e o restante em cubas de aço inox,
resultando num vinho de cor esverdeada, com aromas citrinos, alguma
fruta tropical e umas ténues notas de especiarias.
Boa estrutura, onde o
equilíbrio da madeira é revelador de uma grande elegância.
Correndo o
risco de me repetir, este é o tipo de vinho que casa bem com um bom
peixe grelhado ou frito.
Teor Alcoólico 13,5%. PVP €9,99
Quinta do Vallado Moscatel Galego Douro Branco 2010
Produzido apenas da casta Moscatel Galego, cuja grande distinção está em ter 50% das uvas de vinhas velhas com
mais de 30 anos e os restantes 50% provenientes de vinhas com cerca de
13 anos.
Não é o típico moscatel doce, antes pelo contrário, é seco e
bastante floral. Na boca, dominam novamente os sabores florais,
terminando com uma frescura intensa e prolongada.
Diria que poderá
acompanhar algum tipo de gastronomia específica, mas o meu conselho é
que o beba como aperitivo a acompanhar os petiscos que precedem a
refeição.
Teor Alcoólico 12%. PVP €8
Quinta do Alqueve Fernão Pires Branco 2010
Produzido
100% da casta Fernão Pires, que tem demonstrado dar-se bem pelos
terrenos arenosos e argilosos do Ribatejo, apresenta-se, à semelhança
dos anos anteriores, com uma cor amarela citrina no interior e com um
exterior muito diferente.
Os rótulos mudaram, sendo mais modernos e
apelativos, mas o conteúdo mantém-se positivo e inalterado ao nível da
qualidade.
Nariz delicado, revelando flor de tangerineira, alguma
hortelã, terminando equilibrado e com boa acidez. Ideal para acompanhar
pratos de peixe ou marisco grelhado.
Teor Alcoólico 12,5%. PVP €6,5
Quinta das Apegadas Branco 2010
Vinificado
das castas Viosinho, Rabigato, Malvasia Fina e Gouveio, resulta num
branco de cor citrina brilhante.
É um vinho que revela um nariz muito
jovem e expressivo, no entanto bastante elegante. Fruta tropical, lima,
limão, e alguma mineralidade, combinados com toques florais são os
aromas mais expressivos.
Já na boca, é fresco, longo e refinado.
Além
das sugestões evidentes, como peixes e marisco, algumas carnes brancas
serão certamente bom casamento para o Quinta das Apegadas.
Teor Alcoólico 13%. PVP €6,5
Cabriz Encruzado Dão D.O.C. Branco 2010
Produzido
100% da casta Encruzado, sendo a sua fermentação iniciada após a
decantação pelo frio, terminando em barricas de carvalho francês, onde é
realizada battonage, permanecendo durante vários meses até ao seu
engarrafamento.
O resultado é um nariz muito aromático, mineral, com
algumas notas de toranja. A madeira casou bem com o néctar, dando-lhe um
bom volume sem roubar a acidez.
Termina longo e equilibrado. Já o bebi a
acompanhar os mais diversos pratos, desde um ravioli de vitela com
molho trufado a um peixe assado no forno, sendo um vinho bastante
gastronómico.
Teor Alcoólico 13,5%. PVP €7
Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 30 de Novembro de 2011
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Ainda sobre as estrelas Michelin…
Estive uns dias fora e tive tempo de pensar melhor em
todo este espectáculo triste que é a atribuição de estrelas Michelin! Já passou
o tempo em que olhávamos para o guia vermelho e tínhamos a certeza de que os que
por lá vinham distinguidos eram os melhores entre os melhores, se faltava algum
era porque ainda não tinha sido visitado – um azar!
Outro ponto que era sempre certo era que, como os
inspectores são todos espanhóis, havia sempre uma maior tendência a distinguir
os restaurantes dos nuestros hermanos preterindo os nossos.
Nos últimos anos tenho assistido ainda a um decréscimo
maior em relação à nossa alta gastronomia vista pelos olhos dos tais inspectores
– sendo os pontos de cocção um dos temas mais controversos!
Lá porque do outro lado
da fronteira gostam de comer o peixe cru, num estilo muito estranho de sashimi,
não quer dizer que aqui também se coma da mesma forma. Aliás, só mesmo em
Espanha é que se aceita alguns pontos de cocção, seja em que alimentos for, e
acha-se o máximo.
Nós e o mundo gostamos dos nossos pontos de outra forma e lá
porque esteja na moda comer quase cru muitas das proteínas, não quer dizer que
seja sempre agradável.
Este ano o guia conseguiu a proeza de acertar em cheio
em algumas das estrelas, falhar redondamente naqueles que mereciam e
catastroficamente em alguns que mantiveram.
Começo pelas injustiças: se a terceira estrela para o
Vila Joya e a segunda para o Fortaleza do Guincho já são merecidas, a estrela
que ainda não foi dada ao Panorama do Sheraton Lisboa e ao chefe Leonel Pereira
é perfeitamente absurda!
Será que estes senhores têm alguma coisa contra este
talentoso chefe? Não há justificação para não distinguir um dos mais talentosos chefes lusos da actualidade.
Tenho de dar os parabéns ao Guia porque deu uma estrela ao Feitoria e uma nova ao Ocean, passando assim para duas!
Outra situação que não se percebe é a manutenção das
estrelas do Tavares em Lisboa e do Willies em Vilamoura. O Tavares baixou o
standard, criando menus económicos, o que não abona em seu favor, e depois mudou
de chefe e de rumo – quem ganhou a estrela foi a criatividade do chefe José
Avillez e não o conservadorismo do francês Aimé Barroyer, que apesar de todo o
seu mérito como grande mentor de muitos chefes da nossa praça, não há razão para
manter a estrela.
Depois o Willies, esse leva-nos a pensar se os inspectores vão
mesmo lá! Além de uma cozinha que me agrada e não me desaponta, não me deslumbra
certamente, e para rematar a negatividade, o serviço de sala é tão medíocre que
não me leva a perceber a escolha neste espaço.
Posso apontar vários no Algarve que fariam o guia ter muito mais credibilidade, como o Pequeno Mundo em Almancil, o Vistas em Cacela Velha, Ou o Emo em Vilamoura – francamente não consigo perceber.
Posso apontar vários no Algarve que fariam o guia ter muito mais credibilidade, como o Pequeno Mundo em Almancil, o Vistas em Cacela Velha, Ou o Emo em Vilamoura – francamente não consigo perceber.
O São Gabriel apesar de mudar de chefe como quem muda de carta, tem mantido o alto padrão de gastronomia, e apesar de por vezes manter a porta fechada por muito tempo, quando a abre, fá-lo em estilo!
Depois a novidade, uma estrela para o Yeatman, pouco
mais de um ano de trabalho e já dá direito a estrela, se é merecida? Isso
nem contesto, porque o trabalho do chefe Ricardo Costa já é conhecido e
reconhecido pelos inspectores, mas se 14 meses de vida são suficientes para não
terem dúvidas, porque será que alguns com mais de 36 meses de excelência não o
merecem? Qual será o critério?
Vou dar o benefício de mais um ano ao guia Portugal & Espanha da Michelin, se para o ano não assistir a justeza e honestidade,
banirei a menção ao guia vermelho em todos os meus escritos a partir dessa data.
Haja honestidade e, acima de tudo, integridade.
As pessoas não são
estúpidas.
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Michelin,
Restaurantes
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
As estrelas michelin 2012
Hoje em Barcelona foram reveladas as novidades do Guia
Michelin Portugal e Espanha para 2012, e como eu já tinha previsto
anteriormente, este seria um ano de mudança em Portugal, principalmente para
melhor! Não só ganhamos duas novas “uma” estrela Michelin, como o guia vermelho
estendeu para dois, os restaurantes com “duas” estrelas Michelin.
Assim para
novidades e com uma estrela Michelin, temos o restaurante Feitoria – Hotel Altis
Belém sob o comando do meu amigo e talentoso Chefe Cordeiro, e o restaurante do
Hotel Yeatman com o jovem e talentoso Ricardo Costa. Facto curioso é que em
ambos os casos é a segunda vez que são galardoados e distinguidos pela Michelin.
Já com duas estrelas, houve mais uma entrada e desta feita foi para Porsches no
Algarve e para o restaurante Ocean – Hotel Vila Vita Park, onde o comando das
tropas recai sobre o talentoso Hans Neuner.
Se para estes não havia dúvidas, ficaram para mim duas
lacunas na reduzida lista: restaurante Panorama do Hotel Sheraton Lisboa onde o
trabalho do Chefe Leonel Pereira mereciam e merecem a distinção, e para o
restaurante do Hotel Fortaleza do Guincho onde a segunda estrela teima em
aparecer, e para mim a equipa comandada pelo Chefe Vincent Farges já mais do
que merece – tem direito "a"!
Como seria de esperar o restaurante Amadeus em Almancil
perde a estrela, mas com as portas fechadas não há milagres!
A lista complecta para 2012 e Portugal: Duas estrelas – “Ocean”
(Porshes), “Vila Joya” (Albufeira); Uma estrela - ”Feitoria” e "Tavares"(Lisboa),
"Willie's" (Quarteira), "São Gabriel" e
"Henrique Leis" (Almancil), "Il Gallo
d'Oro"(Funchal), "Arcadas da Capela" (Coimbra), "Casa
da Calçada" (Amarante), "Fortaleza do Guincho" (Cascais) e
“The Yeatman” (Vila Nova de Gaia).
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Michelin,
Restaurantes
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Uma varanda para a cidade
Quando alguém me envia para um restaurante e eu
vejo, na morada, que é num sétimo andar, associo logo o espaço a um
hotel, pois é comum estes aproveitarem os últimos pisos, principalmente
se for em Lisboa, para assim poderem usufruir de uma vista sobre a
cidade.
Cheguei e fui logo recebido por um senhor que se encarregou de encaminhar-me, a mim e ao meu carro, para o estacionamento reservado ao "União", na rua Castilho. À hora do almoço, este tipo de iniciativa é sempre bem-vinda.
Uma subida de alguns segundos até ao topo do edifício, alguns metros de corredor e entro na sala de jantar.
A vista não podia ser melhor, o Castelo de São Jorge como pano de fundo, a cidade de Lisboa a completar o cenário e uma cara sorridente a dar as boas-vindas. Cara essa que pertence ao proprietário Antero Jacinto, homem com muita sabedoria no métier, depois de vários anos no mítico e já saudoso Bachus (agora Bistro 100 Maneiras), o grandioso Alfa (agora Hotel Corinthia), que já conta com quase 13 anos no Varanda de União.
No Varanda, o estilo que Antero sempre abraçou foi a cozinha tradicional portuguesa de sabor e rigor, e, quem lá vai, sabe bem o que procura e sai sempre com as expectativas cumpridas.
Sentei-me à mesa perto da janela (que mais parece um miradouro) e iniciei a minha degustação. O primeiro a chegar foi um prato que muito nome deu a várias casas de Lisboa: Ovos à professor.
Rigor e consistência saltaram-me logo à memória! Ovos no ponto, enchidos a enriquecer o sabor, o suficiente para agradar o mais exigente dos gastrónomos. O que é bom normalmente é simples e eficaz.
Apesar de a carta ter muitos clássicos da nossa gastronomia, como Sapateira Recheada, o Bacalhau à Varanda, os Filetes de Linguado à Castilho e, nas carnes, Arroz de Pato à Antiga, Rim de Vitela com molho de mostarda ou os Nacos de Vitela com Lagosta à Varanda, optei pelos pratos do dia.
Primeiro, chegaram os filetes de polvo, acompanhados por um arroz guarnecido com o próprio molusco. Tenros, com um polme adequado às expectativas e um arroz quase malandrinho, em perfeita harmonia com o prato.
De seguida, veio o cabrito com batatas em cebolada e arroz de miúdos, mais uma vez a respeitar as tradições, bem temperado, carne macia e o arroz de miúdos muito aromático - um regalo ao palato.
E porque tanta comida não poderia dispensar um vinho, escolhi de uma carta interessante, onde os Douros e Alentejanos estão em maior quantidade e diversidade perante as restantes regiões. A escolha recaiu num Douro, o Maritávora Tinto, que se fez acompanhar bem durante toda a refeição.
Para as sobremesas, as opções eram entre o Papão de anjo, um bolo de chocolate, uma salada de frutas, tarte de limão merengada e um toucinho-do-céu. Optei pelo último, e não me arrependi!
Ministros, advogados e diplomatas eram vários ao almoço. Segundo me apercebi, é costume aparecerem por lá, e é fácil perceber por quê.
Lisboa tem muitas preciosidades gastronómicas e a Varanda da União é certamente uma das que merece ser a sua próxima visita.
Detalhes
Restaurante Varanda da União
Rua Castilho, 14 - C 7.º
1250-066 Lisboa
N 38º43'13'', W 9º08'58''
+351 213 141 045
varandadauniao@sapo.pt
Horário: Encerra aos domingos o dia todo e Sábados e Feriados ao almoço. Aberto das 12h00 às 15h00 e das 19h30 às 23h30
Preço médio: €30
Tipo de Cozinha: Tradicional Cartões: Todos
Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 23 de Novembro de 2011
Cheguei e fui logo recebido por um senhor que se encarregou de encaminhar-me, a mim e ao meu carro, para o estacionamento reservado ao "União", na rua Castilho. À hora do almoço, este tipo de iniciativa é sempre bem-vinda.
Uma subida de alguns segundos até ao topo do edifício, alguns metros de corredor e entro na sala de jantar.
A vista não podia ser melhor, o Castelo de São Jorge como pano de fundo, a cidade de Lisboa a completar o cenário e uma cara sorridente a dar as boas-vindas. Cara essa que pertence ao proprietário Antero Jacinto, homem com muita sabedoria no métier, depois de vários anos no mítico e já saudoso Bachus (agora Bistro 100 Maneiras), o grandioso Alfa (agora Hotel Corinthia), que já conta com quase 13 anos no Varanda de União.
No Varanda, o estilo que Antero sempre abraçou foi a cozinha tradicional portuguesa de sabor e rigor, e, quem lá vai, sabe bem o que procura e sai sempre com as expectativas cumpridas.
Sentei-me à mesa perto da janela (que mais parece um miradouro) e iniciei a minha degustação. O primeiro a chegar foi um prato que muito nome deu a várias casas de Lisboa: Ovos à professor.
Rigor e consistência saltaram-me logo à memória! Ovos no ponto, enchidos a enriquecer o sabor, o suficiente para agradar o mais exigente dos gastrónomos. O que é bom normalmente é simples e eficaz.
Apesar de a carta ter muitos clássicos da nossa gastronomia, como Sapateira Recheada, o Bacalhau à Varanda, os Filetes de Linguado à Castilho e, nas carnes, Arroz de Pato à Antiga, Rim de Vitela com molho de mostarda ou os Nacos de Vitela com Lagosta à Varanda, optei pelos pratos do dia.
Primeiro, chegaram os filetes de polvo, acompanhados por um arroz guarnecido com o próprio molusco. Tenros, com um polme adequado às expectativas e um arroz quase malandrinho, em perfeita harmonia com o prato.
De seguida, veio o cabrito com batatas em cebolada e arroz de miúdos, mais uma vez a respeitar as tradições, bem temperado, carne macia e o arroz de miúdos muito aromático - um regalo ao palato.
E porque tanta comida não poderia dispensar um vinho, escolhi de uma carta interessante, onde os Douros e Alentejanos estão em maior quantidade e diversidade perante as restantes regiões. A escolha recaiu num Douro, o Maritávora Tinto, que se fez acompanhar bem durante toda a refeição.
Para as sobremesas, as opções eram entre o Papão de anjo, um bolo de chocolate, uma salada de frutas, tarte de limão merengada e um toucinho-do-céu. Optei pelo último, e não me arrependi!
Ministros, advogados e diplomatas eram vários ao almoço. Segundo me apercebi, é costume aparecerem por lá, e é fácil perceber por quê.
Lisboa tem muitas preciosidades gastronómicas e a Varanda da União é certamente uma das que merece ser a sua próxima visita.
Detalhes
Restaurante Varanda da União
Rua Castilho, 14 - C 7.º
1250-066 Lisboa
N 38º43'13'', W 9º08'58''
+351 213 141 045
varandadauniao@sapo.pt
Horário: Encerra aos domingos o dia todo e Sábados e Feriados ao almoço. Aberto das 12h00 às 15h00 e das 19h30 às 23h30
Preço médio: €30
Tipo de Cozinha: Tradicional Cartões: Todos
Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 23 de Novembro de 2011
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OJE,
Restaurantes
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Finalmente é sexta-feira
Portugal
é um grande país!
Podem vir crises, sejam elas económicas, políticas ou desportivas que, por piores que sejam, damos sempre a volta por cima.
Podem vir crises, sejam elas económicas, políticas ou desportivas que, por piores que sejam, damos sempre a volta por cima.
Eu tenho orgulho em ser português e não renego as minhas origens.
Poderão
estar a pensar a razão desta introdução, mas, a menos de uma semana da
saída do tão cobiçado guia Michelin 2012 para Portugal e Espanha, sei
que, qualquer que seja a decisão, devemos sair sempre de cabeça erguida.
Depois do desaire do ano passado, em que perdemos um dos nossos estrelados e não ganhámos nada em troca, este tem de ser o ano da reviravolta.
Depois do desaire do ano passado, em que perdemos um dos nossos estrelados e não ganhámos nada em troca, este tem de ser o ano da reviravolta.
Acredito que, este ano, anunciem a perda de uma
estrela, dois restaurantes ganhem uma, e dois dos estrelados poderão e
têm qualidade para receber a segunda.
Em forma de sugestão, aqui ficam os restaurantes que merecem a atenção do senhor leitor e do guia Michelin. Faça o seu próprio juízo de estrelas.
Panorama (Lisboa)
Ninguém tem dúvidas de que, no último andar do Hotel Sheraton de Lisboa, reside o mais provável candidato a uma estrela do guia vermelho.
O chefe
Leonel Pereira e o seu gastronómico Panorama há anos que trouxeram, à
capital, a criatividade e a alta gastronomia, sempre com um twist de
influências algarvias.
Nas suas recentes criações está uma canja de
galinha de chorar por mais.
Em tudo o que cria há sempre um pouco da sua
infância
e origens espelhadas nos pratos.
Rua Latino Coelho 1 1069-025 Lisboa
T: 213 120 000
www.sheratonlisboa.com
e origens espelhadas nos pratos.
Rua Latino Coelho 1 1069-025 Lisboa
T: 213 120 000
www.sheratonlisboa.com
Yeatman (Vila Nova de Gaia)
Desde que abriu o seu primeiro projecto hoteleiro, a companhia de vinhos do Porto Fladgate nunca escondeu as suas ambições de sere a referência hoteleira e eno-gastronómica do Norte.
Para consolidar o projecto, foram
buscar o já estrelado chefe Ricardo Costa à Casa da Calçada e, juntos,
abraçaram esta causa ambiciosa.
Uma sala bonita com um serviço exemplar,
uma cozinha de excepção que poderá ter o seu único handicap na rudeza
da sommelier da casa.
Rua do Choupelo (Sta. Marinha), 4400-088 Vila Nova de Gaia, Porto
T: 220 133 199
www.the-yeatman-hotel.com
Fortaleza do Guincho (Guincho-Cascais)
Rua do Choupelo (Sta. Marinha), 4400-088 Vila Nova de Gaia, Porto
T: 220 133 199
www.the-yeatman-hotel.com
Fortaleza do Guincho (Guincho-Cascais)
Este restaurante é um verdadeiro clássico da cozinha
francesa e, apesar de ter a colaboração do três estrelas Michelin
Antoine Westerman, a responsabilidade máxima deste feito cabe ao chefe
Vincent Farges, que diariamente comanda a cozinha que deslumbra o nosso
palato.
Para acentuar o facto de grandeza, temos de incluir o exemplar
serviço de mesa, uma das mais diversificadas cartas de vinhos em
Portugal e uma vista sobre o Oceano de cortar a respiração.
Muitos
clássicos franceses, mas muito produto da nossa costa - uma simbiose
perfeita.
Venha lá essa segunda estrela.
Estrada do Guincho
2750-642 Cascais
T: 214 870 491
www.guinchohotel.pt
Ocean (Porches-Algarve)
Estrada do Guincho
2750-642 Cascais
T: 214 870 491
www.guinchohotel.pt
Ocean (Porches-Algarve)
Já começam a faltar-me adjectivos para descrever não só o restaurante como o seu serviço de sala, de loiça e de copos, a fantástica carta de vinhos, a forma exemplar de como os néctares são tratados e servidos e, claro, a admirável cozinha do chefe Hans Neuner.
Aqui não há espaço para
errar, pois tudo é pensado, executado de forma repetitiva até chegar ao
padrão mínimo: a perfeição!
Não tenho dúvidas em apontar o Ocean como o
mais forte candidato à segunda estrela Michelin.
Rua Anneliese Pohl, Alporchinhos 8400 - 450 Porches
T: 282 310 100
www.vilavitaparc.com Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 18 de Novembro de 2011
Rua Anneliese Pohl, Alporchinhos 8400 - 450 Porches
T: 282 310 100
www.vilavitaparc.com Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 18 de Novembro de 2011
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OJE,
Restaurantes
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Compre o que é nosso: Pêra Rocha
A Pêra Rocha ou a Pêra de Portugal, como é
conhecida pelo mundo fora, deve o seu nome e existência à gabarolice e
vaidade de uma pessoa.
Estávamos no ano de 1836, em Sintra, quando o senhor Rocha ostentava aos seus amigos e vizinhos um fruto tão delicioso e crocante que todos se apaixonavam. Não tardou que a inveja levasse não só ao roubo de tão deliciosa pêra como a pequenos ramos da pereira para depois ser enxertada nas árvores nos quintais dos rapinadores, e foi assim que ela cresceu na área plantada. Quanto ao nome, sempre que alguém provava o fruto de outro pomar, perguntava sempre "O que é isto?", a resposta era contundente "É a pêra do senhor Rocha". Com os tempos perde o "do" e o "senhor" e acaba por ficar apenas Pêra Rocha".
O seu crescimento foi de tal forma que o seu consumo é de sensivelmente sete quilos por pessoa, havendo uma área plantada de 10 000 ha, para uma produção total de 200 000 toneladas, sendo mesmo o único fruto que é mais exportado do que importado, com Portugal como o quinto maior produtor do mundo.
Nasceu em Sintra, mas é o Oeste que lhe dá fama, e, em visita à Fábrica Frutos no Cercal (Oeste), percebo agora o porquê de haver sempre pêra fresca 12 meses por ano. É que, depois de apanhada, a que não vai directamente para embalamento ou venda directa, é guardada numas grandes arcas frigoríficas, com uma temperatura constante de 1ºC, e nas quais é retirado grande parte do oxigénio, levando as pêras a hibernar. Assim, por cada mês, só envelhecem entre seis a sete horas.
Um dos grandes compradores é a Sumol-Compal, em Almeirim, que faz o único sumo de Pêra Rocha do mundo, comprando, anualmente, entre 5000 a 6000 toneladas de fruta exclusivamente portuguesa, para produzir a gama Clássica (1l, 330ml e 200ml) e a Essencial (110ml).
Em ambos os casos, não há adição de açúcar e, no caso do Essencial, a sua dose é o equivalente nutricional ao consumo da pêra inteira.
Sendo este um produto de excelência, e principalmente um produto de Portugal, não perca escolhendo algo menor e compre o que é nosso.
Para comentar este artigo ou sugerir temas contacte o autor por gourmet@live.com.pt.
Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 15 de Novembro de 2011
Estávamos no ano de 1836, em Sintra, quando o senhor Rocha ostentava aos seus amigos e vizinhos um fruto tão delicioso e crocante que todos se apaixonavam. Não tardou que a inveja levasse não só ao roubo de tão deliciosa pêra como a pequenos ramos da pereira para depois ser enxertada nas árvores nos quintais dos rapinadores, e foi assim que ela cresceu na área plantada. Quanto ao nome, sempre que alguém provava o fruto de outro pomar, perguntava sempre "O que é isto?", a resposta era contundente "É a pêra do senhor Rocha". Com os tempos perde o "do" e o "senhor" e acaba por ficar apenas Pêra Rocha".
O seu crescimento foi de tal forma que o seu consumo é de sensivelmente sete quilos por pessoa, havendo uma área plantada de 10 000 ha, para uma produção total de 200 000 toneladas, sendo mesmo o único fruto que é mais exportado do que importado, com Portugal como o quinto maior produtor do mundo.
Nasceu em Sintra, mas é o Oeste que lhe dá fama, e, em visita à Fábrica Frutos no Cercal (Oeste), percebo agora o porquê de haver sempre pêra fresca 12 meses por ano. É que, depois de apanhada, a que não vai directamente para embalamento ou venda directa, é guardada numas grandes arcas frigoríficas, com uma temperatura constante de 1ºC, e nas quais é retirado grande parte do oxigénio, levando as pêras a hibernar. Assim, por cada mês, só envelhecem entre seis a sete horas.
Um dos grandes compradores é a Sumol-Compal, em Almeirim, que faz o único sumo de Pêra Rocha do mundo, comprando, anualmente, entre 5000 a 6000 toneladas de fruta exclusivamente portuguesa, para produzir a gama Clássica (1l, 330ml e 200ml) e a Essencial (110ml).
Em ambos os casos, não há adição de açúcar e, no caso do Essencial, a sua dose é o equivalente nutricional ao consumo da pêra inteira.
Sendo este um produto de excelência, e principalmente um produto de Portugal, não perca escolhendo algo menor e compre o que é nosso.
Para comentar este artigo ou sugerir temas contacte o autor por gourmet@live.com.pt.
Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 15 de Novembro de 2011
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Produtos Nacionais
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Finalmente é sexta-feira
Terminou ontem o Congresso Nacional de Cozinheiros
2011 e, apesar de haver muitas apresentações culinárias, debates sobre
diversas cozinhas e algumas demonstrações de produtos, em conversa com
os vários cozinheiros, principalmente os proprietários, denotei uma
preocupação comum: "O que vai ser o dia de amanhã? Será que vou
sobreviver a esta crise?". A preocupação é legítima, com a situação
económica a degradar-se, o poder de compra a diminuir e os impostos
(IVA) a aumentarem, a perspetiva é simples: para manter a qualidade e os
padrões que os clientes exigem será obrigatório subir os preços ou
fechar as portas.
Espero que o público perceba e aceite este novo cenário, ou então iremos perder muitos e bons restaurantes no nosso país!
E agora, aqui vai um conjunto de sugestões que poderão alegrar o seu fim-de-semana:
Ypsilon Restaurante (Cascais)
É provavelmente um dos locais mais bonitos de Cascais, combinando a paisagem rica dos areais de Oitavos e a sua fauna singular, e a imensidão do infinito Oceano Atlântico, a uma cozinha e pastelaria de excepção.
No comando dos tachos está o francês Cyril Devilliers, que todos os dias prepara com a sua equipa um menu de degustação diferente, inspirando-se com a chegada dos produtos frescos. Já nas formas e doçaria, o comando pertence ao melhor pasteleiro luso, Joaquim Sousa, que tudo o que faz é um deleite para os olhos, nariz e boca - um verdadeiro artífice do chocolate.
Além do menu do restaurante, pode optar pela carta do Lounge, com um conjunto alargado de opções, onde o hambúrguer no pão ganhou em mim um forte adepto.
Rua de Oitavos,
Quinta da Marinha,
2750-374 Cascais,
Tel: 214 860 020
www.theoitavos.com
Preço médio: €60 com vinhos
Não sei se preparam um menu para o dia de São Martinho, mas posso garantir que nesta casa não há falta de castanhas, seja nos salgados, nos doces ou avulso, haverá certamente muito por onde escolher.
É um restaurante em Mirandela, e apesar de moderno e sofisticado, integra-se bem à paisagem e ao modo de viver e respeita as tradições e saberes da gastronomia local.
O menu de degustação nunca desilude, mas se pretende “à la carte”, entre as entradas quentes ou frias, carne ou peixe, as opções são muitas e de muita qualidade.
E para acompanhar a refeição apaixone-se pela garrafeira e escolha o seu néctar preferido, ou deixe-se aventurar nas sábias sugestões da casa.
Parque Dr. José da Gama – Mirandela.
T: 2782 030 63
www.flordesalrestaurante.com.
Preço menu de degustação 35€
François Couturier - Tarkovsky Quartet
Hoje, pelas 21h, no Centro Cultural de Belém, o pianista francês François Couturier, integrado no Tarkovsy Quartet, subirá ao palco da Sala Eduardo Prado Coelho para um concerto já há muito esperado em Portugal.
Este quarteto, que fez a sua estreia internacional no Festival de Bérgamo em Abril de 2006, tem sido muito bem recebido pela crítica com o seu álbum Nostalghia - Song For Tarkovsky - uma mistura do rigor clássico com a improvisação formal e livre.
Praça do Império, 1449-003 Lisboa
www.ccb.pt. Preço - Plateia: 12,50€, Laterais: 10€
Lisboa à Mesa - Guia Onde Comer. Onde Comprar
Há já vários anos que acompanho o trabalho do crítico gastronómico Miguel Pires, primeiro com a sua coluna no OJE e agora noutras publicações de igual prestígio.
Agora, e acrescento finalmente, lançou o seu primeiro guia de restaurantes, cafés e tascas.
Mas não se ficou apenas pelas mesas, procurou também os melhores produtos para a gastronomia, alargando o seu guia a várias lojas gourmet, mercados, mercearias entre outros.
Vi, li e aconselho a todos o que querem viver melhor a Lisboa gastronómica.
200 páginas
PVP €15,95
Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 11 de Novembro de 2011
Espero que o público perceba e aceite este novo cenário, ou então iremos perder muitos e bons restaurantes no nosso país!
E agora, aqui vai um conjunto de sugestões que poderão alegrar o seu fim-de-semana:
Ypsilon Restaurante (Cascais)
É provavelmente um dos locais mais bonitos de Cascais, combinando a paisagem rica dos areais de Oitavos e a sua fauna singular, e a imensidão do infinito Oceano Atlântico, a uma cozinha e pastelaria de excepção.
No comando dos tachos está o francês Cyril Devilliers, que todos os dias prepara com a sua equipa um menu de degustação diferente, inspirando-se com a chegada dos produtos frescos. Já nas formas e doçaria, o comando pertence ao melhor pasteleiro luso, Joaquim Sousa, que tudo o que faz é um deleite para os olhos, nariz e boca - um verdadeiro artífice do chocolate.
Além do menu do restaurante, pode optar pela carta do Lounge, com um conjunto alargado de opções, onde o hambúrguer no pão ganhou em mim um forte adepto.
Rua de Oitavos,
Quinta da Marinha,
2750-374 Cascais,
Tel: 214 860 020
www.theoitavos.com
Preço médio: €60 com vinhos
Restaurante Flor de Sal (Mirandela)
Não sei se preparam um menu para o dia de São Martinho, mas posso garantir que nesta casa não há falta de castanhas, seja nos salgados, nos doces ou avulso, haverá certamente muito por onde escolher.
É um restaurante em Mirandela, e apesar de moderno e sofisticado, integra-se bem à paisagem e ao modo de viver e respeita as tradições e saberes da gastronomia local.
O menu de degustação nunca desilude, mas se pretende “à la carte”, entre as entradas quentes ou frias, carne ou peixe, as opções são muitas e de muita qualidade.
E para acompanhar a refeição apaixone-se pela garrafeira e escolha o seu néctar preferido, ou deixe-se aventurar nas sábias sugestões da casa.
Parque Dr. José da Gama – Mirandela.
T: 2782 030 63
www.flordesalrestaurante.com.
Preço menu de degustação 35€
François Couturier - Tarkovsky Quartet
Hoje, pelas 21h, no Centro Cultural de Belém, o pianista francês François Couturier, integrado no Tarkovsy Quartet, subirá ao palco da Sala Eduardo Prado Coelho para um concerto já há muito esperado em Portugal.
Este quarteto, que fez a sua estreia internacional no Festival de Bérgamo em Abril de 2006, tem sido muito bem recebido pela crítica com o seu álbum Nostalghia - Song For Tarkovsky - uma mistura do rigor clássico com a improvisação formal e livre.
Praça do Império, 1449-003 Lisboa
www.ccb.pt. Preço - Plateia: 12,50€, Laterais: 10€
Lisboa à Mesa - Guia Onde Comer. Onde Comprar
Há já vários anos que acompanho o trabalho do crítico gastronómico Miguel Pires, primeiro com a sua coluna no OJE e agora noutras publicações de igual prestígio.
Agora, e acrescento finalmente, lançou o seu primeiro guia de restaurantes, cafés e tascas.
Mas não se ficou apenas pelas mesas, procurou também os melhores produtos para a gastronomia, alargando o seu guia a várias lojas gourmet, mercados, mercearias entre outros.
Vi, li e aconselho a todos o que querem viver melhor a Lisboa gastronómica.
200 páginas
PVP €15,95
Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 11 de Novembro de 2011
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Douros que encantam
Do Douro vêm sempre surpresas interessantes, seja
pela sua paisagem, a sua gastronomia, as suas gentes, ou principalmente
pelos seus arrojados e apaixonantes néctares.
Três produtores completamente distintos apresentaram as suas novas colheitas e histórias, e cada uma reza a sua narrativa.
Da encosta de Adorigo, no concelho de Tabuaço, chegam-nos os "Pôpa": Um touriga nacional - TN tinto 2008, um tinta roriz - TR tinto 2008, um blend de vinhas velhas VV tinto 2008 e um doce - Vinho Doce tinto 2010. E a diferença e curiosidade é que são produzidos por um dos mais conhecidos e reconhecidos enólogos de Portugal, mas da região da Bairrada, o Luís Pato. Muda a região, mantém o seu perfil e, acima de tudo, a qualidade.
Já de uma quinta em que a história não precisa de relato, a Casa Burmester, também chegaram várias novidades, que começam nos vinhos tranquilos produzidos pelo enólogo Francisco Gonçalves, como o Casa Burmester Touriga Nacional 2009, e o Porto Vintage 2009 Burmester Quinta do Arnozelo produzido pelo enólogo Pedro Sá.
Termino com o sempre apaixonado João Brito e Cunha, que depois da sua passagem por várias casas e projectos, lusos e não só, decidiu apostar na sua própria marca, criando não só vinhos tranquilos, como um Porto Vintage com muito caracter. A referenciar as etiquetas Ázeo branco 2010, os Quinta de São José (tinto 2009, reserva 2009 e grande reserva 2009), bem como a sua recente proposta de Porto Quinta de São José Vintage 2009.
Passo agora a destacar os que mais gostei nas várias provas:
Pôpa TR 2008
Vinificado e produzido exclusivamente da casta Tinta Roriz, teve um estágio diferente, em pipas de primeiro ano de 650L durante seis meses, que devido ao seu grau de maturação apresenta uma cor vermelha bastante carregada.
No nariz, bastante carregado e complexo, apresenta notas de chocolate, e na boca mantém a sua complexidade, bastante encorpado, no entanto de taninos macios.
O final é bastante prolongado e diria mesmo apaixonante.
Experimentei-o em harmonia com um lombo de bacalhau escalfado, suas línguas e batata olho de perdiz em puré.
Foi um casamento perfeito e uma boa sugestão para a sua refeição.
Teor Alcoólico 14%.
PVP: 19€.
Burmester Quinta do Arnozelo Porto Vintage 2009
Quando se fala de um Porto é difícil identificar todas as castas, mas neste caso apercebemo-nos da predominância da touriga nacional, sendo que o blend é feito de castas de vinhas velhas com mais de 50 anos.
O perfil é um pouco diferente de um vintage clássico, estando pronto para beber ou, para quem prefere, aguardar uns anos por uma evolução, que certamente beneficiará o seu caracter.
A sua cor violeta opaca combina com um nariz exuberante, onde sobressai a fruta negra do bosque.
Já a boca é gulosa e redonda, terminando longo e frutado.
Teor Alcoólico 20%.
PVP: 42€.
Quinta de S. José Reserva 200
Produzido da casta touriga nacional (45%), juntamente com uvas de vinhas velhas (55%), situadas no Cima Corgo, estagiou em barricas de carvalho francês usadas de 225L e 400L.
O resultado foi um vinho de cor purpura carregado, com aromas muito complexos, onde a predominância é de fruta madura, algumas flores e especiarias.
Já na boca, a exuberância é fantástica mostrando frescura e elegância, com uns taninos que lhe conferem um fantástico e longo final de boca.
Este é um vinho que certamente daqui uns anos beneficiará do estágio em garrafa.
Teor Alcoólico 14,5%.
PVP: 23€.
Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 09 de Novembro de 2011
Da encosta de Adorigo, no concelho de Tabuaço, chegam-nos os "Pôpa": Um touriga nacional - TN tinto 2008, um tinta roriz - TR tinto 2008, um blend de vinhas velhas VV tinto 2008 e um doce - Vinho Doce tinto 2010. E a diferença e curiosidade é que são produzidos por um dos mais conhecidos e reconhecidos enólogos de Portugal, mas da região da Bairrada, o Luís Pato. Muda a região, mantém o seu perfil e, acima de tudo, a qualidade.
Já de uma quinta em que a história não precisa de relato, a Casa Burmester, também chegaram várias novidades, que começam nos vinhos tranquilos produzidos pelo enólogo Francisco Gonçalves, como o Casa Burmester Touriga Nacional 2009, e o Porto Vintage 2009 Burmester Quinta do Arnozelo produzido pelo enólogo Pedro Sá.
Termino com o sempre apaixonado João Brito e Cunha, que depois da sua passagem por várias casas e projectos, lusos e não só, decidiu apostar na sua própria marca, criando não só vinhos tranquilos, como um Porto Vintage com muito caracter. A referenciar as etiquetas Ázeo branco 2010, os Quinta de São José (tinto 2009, reserva 2009 e grande reserva 2009), bem como a sua recente proposta de Porto Quinta de São José Vintage 2009.
Passo agora a destacar os que mais gostei nas várias provas:
Pôpa TR 2008
Vinificado e produzido exclusivamente da casta Tinta Roriz, teve um estágio diferente, em pipas de primeiro ano de 650L durante seis meses, que devido ao seu grau de maturação apresenta uma cor vermelha bastante carregada.
No nariz, bastante carregado e complexo, apresenta notas de chocolate, e na boca mantém a sua complexidade, bastante encorpado, no entanto de taninos macios.
O final é bastante prolongado e diria mesmo apaixonante.
Experimentei-o em harmonia com um lombo de bacalhau escalfado, suas línguas e batata olho de perdiz em puré.
Foi um casamento perfeito e uma boa sugestão para a sua refeição.
Teor Alcoólico 14%.
PVP: 19€.
Burmester Quinta do Arnozelo Porto Vintage 2009
Quando se fala de um Porto é difícil identificar todas as castas, mas neste caso apercebemo-nos da predominância da touriga nacional, sendo que o blend é feito de castas de vinhas velhas com mais de 50 anos.
O perfil é um pouco diferente de um vintage clássico, estando pronto para beber ou, para quem prefere, aguardar uns anos por uma evolução, que certamente beneficiará o seu caracter.
A sua cor violeta opaca combina com um nariz exuberante, onde sobressai a fruta negra do bosque.
Já a boca é gulosa e redonda, terminando longo e frutado.
Teor Alcoólico 20%.
PVP: 42€.
Quinta de S. José Reserva 200
Produzido da casta touriga nacional (45%), juntamente com uvas de vinhas velhas (55%), situadas no Cima Corgo, estagiou em barricas de carvalho francês usadas de 225L e 400L.
O resultado foi um vinho de cor purpura carregado, com aromas muito complexos, onde a predominância é de fruta madura, algumas flores e especiarias.
Já na boca, a exuberância é fantástica mostrando frescura e elegância, com uns taninos que lhe conferem um fantástico e longo final de boca.
Este é um vinho que certamente daqui uns anos beneficiará do estágio em garrafa.
Teor Alcoólico 14,5%.
PVP: 23€.
Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 09 de Novembro de 2011
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