sexta-feira, 29 de abril de 2011

Finalmente é sexta-feira

Na semana passada, tive a oportunidade de participar num congresso muito diferente e interessante:

  • O Algarve Chefs Fórum!

Em traços largos, o que este evento pretende é reunir cozinheiros de diferentes pontos do País (sendo mais fácil, por questões geográficas, para os que vivem no Algarve) e trocar ideias sobre técnicas e produtos.

Este ano, o tema foi o atum e a ria Formosa - assunto pertinente, pois nos últimos anos aumentou drasticamente o consumo, principalmente nos apelidados japoneses e, da mesma forma gradual que aumentou o consumo e diminuiu o respeito a este peixe.

O ponto alto do fórum foi o desmanche ao vivo de um atum albacora com mais de 80 quilos; outros momentos como a apresentação dos chefes Sá Pessoa (Alma), Cordeiro (Feitoria, Altis Belém), Hans Neuner (The Ocean, Vila Vita) e Miguel Vieira (Costes, Budapeste) entre outros, também retiveram a atenção dos presentes.

De lamentar a ausência das escolas de turismo da região e muitos dos chefes locais.

Nas mais recentes novidades na restauração que tive oportunidade de experimentar está o Sol e Pesca na Rua Nova do Carvalho, 44, em Lisboa.

Sinceramente, fiquei fascinado com este espaço, uma volta atrás no tempo, revivendo os enlatados de qualidade e pensando na conserva como um produto de excelência.

Ambiente descontraído, decorado com vários elementos do mar, fez renascer a vontade de comer conservas, divulgando os produtos da Fábrica de Conservas da Murtosa, a Conserveira de Santa Catarina e a Fábrica de Conservas Pinhais. Peixes, moluscos, mariscos, e outras iguarias são os ex-líbris da casa.

www.solepesca.com
Tel.: 213 467 203

Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 29 de Abril de 2011

Adeus David RIP

(David Lopes Ramos, @Revista dos Vinhos)

Noticia triste e trágica no mundo da gastronomia, morreu o jornalista David Lopes Ramos!

Durante anos agraciou-nos com a sua prosa, critica e conhecimentos gastronómicos no Jornal o Publico, Diário de Noticias, na Revista Vértice, e na Revista de Vinhos.

Um grande profissional, um colega e um amigo.

Boa Cama Boa Mesa 2011

Sai amanhã nas bancas o novo guia Boa Cama Boa Mesa 2011, editado e promovido pelo jornal Expresso.

As mais de 45 mil cópias vendidas em 2010 confirmam a notoriedade e interesse que este compêndio nacional de restaurantes e hotéis tem.

Ontem foi o pré-lançamento, numa festa onde foram entregues os 52 galardões: 25 garfos de ouro para os restaurantes e 25 chaves de ouro para os hotéis, bem com um garfo de platina e uma chave de platina entregues aos melhores do ano, que em 2011 foram:

  • Restaurante The Ocean, no hotel Vila Vita no Algarve, chefiado pelo chefe Hans Neuner;

  • E umas das mais fantásticas e recentes unidades hoteleiras do país, o Areias do Seixo na costa de Santa Cruz, na região Oeste.
O preço é de €9.90 e conta com mais de 500 restaurantes e outros centos de hotéis.

Lista de premiados Boa Cama Boa Mesa 2011

Chave de Ouro:
Altis Belém Hotel & Spa (Lisboa)
Aquafalls Spa Hotel Rural (Caniçada, Vieira do Minho)
Aquapura Douro Valley (Samodães, Lamego)
Casa da Calçada (Amarante, Porto)
Four Seasons Hotel Ritz Lisbon (Lisboa)
Grande Real Santa Eulália Resort & Hotel Spa (Albufeira)
Grande Real Villa Itália Hotel & Spa (Cascais)
H2otel Congress & Medical Spa (Unhais da Serra, Covilhã)
Herdade da Malhadinha Nova – Country House & Spa (Albernoa, Beja)
Hotel Quinta das Lágrimas (Coimbra)
M’AR De AR Aqueduto (Évora)
Martinhal Beach Resort & Hotel (Sagres)
Penha Longa Hotel & Golf Resort (Sintra)
Pestana Palace Hotel & National Monument (Lisboa)
Porto Palácio Congress Hotel & Spa (Porto)
Pousada de Amares - Santa Maria do Bouro (Amares, Braga)
The Cliff Bay (Funchal)
The Yeatman (Vila Nova de Gaia)
Tivoli Palácio Seteais (Sintra)
Tróia Design Hotel (Tróia)
Tivoli Victoria (Vilamoura)
Vidago Palace Hotel (Vidago)
Vila Joya (Albufeira)
Vila Monte Resort (Moncarapacho, Olhão)

Garfo de Ouro:
Restaurante Assinatura (Lisboa)
Restaurante Bocca (Lisboa)
Restaurante Buhle (Porto)
Restaurante Convento de Belmonte Gourmet (Belmonte)
Restaurante D.O.C. (Armamar)
Restaurante Degust’AR (Évora)
Restaurante Egoísta (Póvoa de Varzim)
Restaurante Eleven (Lisboa)
Restaurante Feitoria (Lisboa)
Restaurante Fialho (Évora)
Restaurante Flor de Sal (Mirandela)
Restaurante Fortaleza do Guincho (Cascais)
Restaurante Foz Velha (Porto)
Restaurante Henrique Leis (Almancil, Loulé)
Restaurante Il Gallo D’Oro - The Cliff Bay (Funchal)
Restaurante Largo do Paço - Casa da Calçada (Amarante)
Restaurante Panorama – Sheraton Lisboa Hotel & Spa (Lisboa)
Restaurante Pedro Lemos (Porto)
Restaurante Pequeno Mundo (Almancil)
Restaurante Porto de Santa Maria (Cascais)
Restaurante São Gião (Moreira de Cónegos, Braga)
Restaurante Tia Alice (Fátima)
Varanda do Ritz (Lisboa)
Restaurante Vila Joya (Albufeira)
Restaurante Willie’s (Vilamoura)

Além do merecido elogio a todos os premiados e referenciados, não quero deixar de dar os parabéns ao João Xara-Brasil (Publisher), Paulo Brilhante (Coordenador) e Elsa Furtado (Jornalista) com quem tive o prazer de trabalhar na elaboração deste guia!

(Os jornalistas depois de se aperceberem que este ano já acabou!)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Fugir ao básico respeitando a tradição

Há anos que vou à Arruda sempre com o mesmo destino, pois há por lá uma casa que privilegia a quantidade em detrimento da qualidade, e há dias em que comer muito sabe bem, principalmente para mais tarde me vangloriar de que comi imenso e paguei pouco.

Estou a falar do muito conhecido Fuso, mas, realmente, nos últimos tempos a qualidade está a passar ao lado e o serviço, então, nem se fala!

Então iniciei a minha pesquisa, para descobrir novos e mais interessantes poisos gastronómicos na localidade.

Os parâmetros eram simples: regionalidade, tradição, quantidades humanas e um pouco de inovação.

Meti-me à estrada e com as novidades rodoviárias passámos de 30 km de curvas e de uma hora de viagem, para a mesma distância em apenas meia hora no alcatrão.

Faço o pagamento na saída que indica Arruda na A10, e já na direcção da localidade encontro um longo muro cor-de-rosa e a placa que indica Quinta de Santa Maria.

É para aí que entro e dirijo-me rapidamente para o restaurante. Espaço moderno, decorado de forma sóbria com mesas espaçosas, bons atoalhados e guardanapos de pano, propício a um bom repasto.

O menu, bem elaborado, tem cinco entradas, quatro peixes, seis carnes e um bom conjunto de sobremesas.

Além da carta, há uma sugestão semanal para o almoço, mais económica, com quatro pratos.
Iniciei com os cumprimentos do chefe: leitão desfiado e seu crocante com morangos e rúcula, combinação interessante e bastante veraneante a
aproximar-se bem da época.

Das entradas provei o crocante de pêra e rúcula e a morcela com maçã, ambos bons, mas o crocante da pêra revelou-se pouco ácido e um pouco doce, nada chocante.

Dos peixes, a perca do Nilo corada foi para esquecer e nada apropriada ao espaço, e sigo para um bom naco de bacalhau que me encheu a boca.

Nas carnes, as bochechas de porco preto com batata frita e cogumelos salteados foram uma agradável surpresa, revelando boa técnica na cozinha.

Terminei com as costoletas de borrego com um “gratin” de batata e maçã sobre um creme novamente de maçã.

Não percebi a ligação da maçã à maçã e a carne estava um bocado passada.

Enfim, uma distracção no tempo de exposição ao quente.

Serviço adequado, muita simpatia e bom acompanhamento remataram as qualidades do espaço.

E agora posso acrescentar à lista da Arruda um espaço agradável onde a comida agrada e o ambiente encanta.

Detalhes
Restaurante Sabores da Quinta
Quinta de Santa Maria – Hotel Rural
Galinhatos
2630-183 Arruda dos Vinhos
N 38º 58' 33.45'' , W 9º 3' 54.65'
+351 263 975 528/9
www.quintadesantamaria.pt / info@quintadesantamaria.pt
Horário: aberto todos os dias das 12h00 às 15h00 e das 19h30 às 23h00. (Aberto ao jantar de quinta-feira a sábado. Nos restantes dias, os jantares estarão sujeitos a marcação.)
Preço médio: 35 €
Tipo de cozinha: mediterrânica e regional contemporânea
Cartões: todos


Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 27 de Abril de 2011

domingo, 24 de abril de 2011

sábado, 23 de abril de 2011

Voltando ao World's 50 Best Restaurants

Sempre fui muito céptico em relação a esta lista, onde havia e há grandes marcas a “financiar” os resultados! Para mim esta lista deveria ser elaborada por um meio de comunicação social idóneo e sem qualquer tipo de interesse comercial.

San Pellegrino e Electrolux são dois dos mais conhecidos, mas o Cacao Barry, Lavazza, Silestone, Veuve Clicquot, Birra Moretti e Foods & Wines from Spain também se juntam aos “mecenas”.

Penso que uma lista destas ganhava muito em primeiro lugar, anunciar quem são os coordenadores de cada uma das 15 regiões e responsáveis pela escolha dos mais de 900 votantes. Pois se são sempre os mesmos, certamente que serão sempre os mesmos votantes, e como os que “votam” são jornalista, chefes e gastrónomos (profissionais ou simplesmente amigos do oficio) facilmente se monta uma cabala.

Faço estas acusações porque este ano a lista parece-me demasiado estranha, não conheço pessoalmente os 100 restaurantes, mas tenho o privilégio de conhecer bastantes de países como o Brasil, Espanha, Hong Kong, França, U.K, Itália, Holanda, USA, Alemanha, Suíça e felizmente Portugal (o restaurante Vila Joya este ano figura o 79º lugar), o que não me faz um “expert”, mas pelo menos dá algum valor há minha palavra.

E este ano fiquei escandalizado com o que vi, não vou individualizar o nome de restaurantes que acho que deveriam estar em melhores lugares, ou outros que nem ali deviam estar, mas está na hora de revelar o suco da lista.

Aqui estão algumas das criticas proferidas pelos nosso vizinhos:


The World's 50 Best Restaurant Awards

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Pastel de Nata versus Pastel de Belém

Eu há anos que afirmo que o pastel de nata e o de Belém são o mesma produto: Pastel de Nata, a única diferença é que o de Belém é uma marca registada.

Outras diferenças qualitativas também se podem descobrir, pois continuo a achar que a fabrica de Belém mete um microchip de autodestruição dentro dos pasteis, pois mal passam a porta, ficam impróprios para consumo. Ou aliás, podem-se comer mas perdem toda a graça!

Anualmente organizo durante o festival do Peixe em Lisboa uma prova que pretende não só destacar os melhores pasteis de nata e suas pastelarias, bem como, voltar a criar burburinho sobre um dos mais importantes embaixadores de Portugal.
Este ano os eleitos foram as pastelarias Chique de Belém (1º), Cristal (2º) e Alcoa (3º).

Mas voltando ao dilema nata versus Belém, curiosamente, não sou o único com esta opinião, e desta feita foi o conhecido jornalista e gastrónomo Dias Lopes (Revista Gosto) que deixou opinião similar no Jornal Estadão (São Paulo).

Vale a pena ler!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Em terras do Cartaxo

Nas viagens que faço pelo nosso país, vou tentando conhecer um pouco melhor os nossos produtos, produtores e, principalmente, aquele "je ne sais quoi" que faz a diferença.

Quando fui visitar a Quinta da Fonte Bela, que pertence à DFJ vinhos, não estava preparado para o que ia ver, e a surpresa foi imediata.

Ao chegar àquela zona recôndita do Cartaxo, fiquei apaixonado pelo edifício principal (utilizado há uns anos para gravar umas das mais famosas telenovelas portuguesas: a "Vila Faia").

Edifício centenário do século XIX, exemplar da chamada "Arquitectura de Ferro", foi desenhado e projectado pelos alunos de Eiffel.

Apelidada de Catedral do Vinho, relembra muito as grandes destilarias escocesas, longos e bonitos pés-direitos e as típicas chaminés das destilarias.

A verdade é que aqui se fez muita aguardente, antes de se dedicar apenas ao vinho!

Agora os edifícios estão repletos de barricas, muitas e grandes, depósitos de vinhos com capacidade para 2,8 milhões de litros, uma tanoaria onde se recuperam as antigas barricas, um laboratório e uma sala de visitas e provas.

A produção deste ano ascendeu a mais de seis milhões de garrafas e para o ano já se pensa em duplicar.

Ainda dentro dos números impressionantes estão os mais de 400 hectares de vinha que controlam nas regiões vitivinícolas de Lisboa, Tejo, Douro, Terras do Sado e Alentejo, que se traduzem em mais de 30 referências de vinhos varietais e bivarietais.

Dos três sócios fundadores, Dino, Fausto e José Neiva Correia, só o último é que permanece à frente dos destinos da empresa, sendo não só o administrador como o enólogo-chefe.

Para Neiva Correia, a solução é simples: faz os vinhos que o consumidor e os mercados desejam, com o preço e a qualidade de mãos dadas.

Prova viva de que a solução funciona são os já falados seis milhões de garrafas produzidos para mais de 30 países, sendo o mercado externo representativo de 90% das vendas, que atingem os 10 milhões de euros anuais.

Verdadeiramente impressionante!

Recentemente, José Neiva Correia chegou à conclusão de que, para continuar com uma empresa moderna e pronta para enfrentar os efeitos nocivos da crise financeira, tem de pensar muito no preço, mas como a qualidade é imprescindível, estudou a melhor forma de conseguir baixar os custos de produção, mantendo um patamar elevado da marca e produto, e apercebeu-se que é na uva da região de Lisboa que consegue tirar melhor partido, estando mesmo a pensar abandonar outras regiões para se centrar numa única.

O reconhecimento internacional e nacional mais uma vez é o reflexo de quem soube tomar as medidas correctas.

Desde 1998 a DFJ ganhou mais de mil prémios, medalhas e "Best Buy", 112 só no ano de 2010.

Para se perceber um pouco melhor o resultado, há que provar e apreciar alguns destes vinhos.

Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 20 de Abril de 2011

Algarve Chefs Fórum - As Fotos

Foi ontem que decorreu o Algarve Chefs Fórum em Tavira e contou com as presenças de : Henrique Sá Pessoa (Restaurante Alma), Nuno Diniz (York House Hotel), Miguel Rocha Vieira (Restaurante Costes, Budapeste, 1* Michelin), Joaquim de Sousa (Hotel The Oitavos), João Simões (Restaurante Unique), Hans Neuner (Hotel Vila Vita Parc) e Chefe Cordeiro (Altis Belém Hotel&Spa) que fizeram demonstrações de cozinha e pastelaria inspirados no atum e nos produtos da Ria Formosa.

Bertilio Gomes, programador Gastronómico do ALLGARVE Gourmet conduziu todas as demonstrações, juntamente com o jornalista Vicente Themudo de Castro.

O momento alta foi certamente o desmanche ao vivo de um atum Albacora-

Clique aqui para ver as fotos!

Le Chef: Lombo de Borrego com abóbora recheada

Por Nuno Diniz
Chefe executivo da York House

O lombo de borrego fica sempre contente quando na companhia de legumes.

Aqui combinámos alguns sabores tradicionais (borrego com alho e tomilho) com a tantas vezes desprezada abóbora (neste caso, uma excelente hokaido bebé, ou abóbora-menina), que foi cozinhada no forno a vapor, e a que juntámos diversos legumes, todos preparados de forma diferente e que, com as suas texturas específicas, contribuirão para a elevação da experiência gustativa.

De notar que tudo foi aproveitado: ossos e cascas de legumes para o caldo, pele e gordura do borrego tratada de forma a ficar crocante, e até as pevides, que foram salteadas com azeite e sal e comidas... na cozinha...

Lombo de Borrego com Abóbora recheada

Abóbora
Cozer a vapor uma abóbora pequena até uma faca entrar facilmente (20 minutos a 150 0C)
Cortar a tampa, retirar a polpa e reservá-la.

Legumes
Branquear em separado, em água a ferver com sal: 2 espargos (4 minutos), 5 ervilhas tortas (1 minuto), 1 cenoura (5 minutos), 2 ocas (5 minutos), 1 curgete (2 minutos) e meio alho-francês (1 minuto).
Ao retirar da ebulição, pôr em água gelada.
Grelhar as cenouras pinceladas com banha.
Saltear as ervilhas numa colher de azeite com um dente de alho.
Saltear os espargos e a oca numa colher de manteiga.
Fatiar a curgete e colocar numa mistura de 1 dl de água gelada e 1 dl de vinagre de vinho branco. Deixar marinar durante 1 hora.
Fatiar os legumes e rechear a abóbora. Juntar folhas de chicória e salsa frisada previamente passadas numa vinagreta de 2 colheres de azeite, 1 colher de vinagre de vinho tinto, 1 colher de água e flor de sal.

Borrego
Fatiar uma cenoura na mandolina e cozer durante 5 minutos numa mistura de 1 copo de sumo de cenoura, uma pitada de cominhos, sumo de meio limão e 2 colheres de sopa de mel. Temperar com flor de sal.
Tirar a gordura a 200 g de lombo de borrego e pô-la no forno a 150 0C, durante 1 hora até ficar crocante.
Saltear o lombo numa colher de azeite, 1 pé de tomilho e 1 alho esmagado com casca, até estar bem dourado. Temperar com flor de sal.
Colocar no forno a 160 0C durante 7 minutos.
Enrolar as fatias de cenoura confitadas no mel à volta do lombo de borrego.

Molho
Saltear a polpa da abóbora em manteiga, uma folha de salva, e uma chalota picada.
Juntar 1 dl de caldo de borrego (feito com 500 g de ossos de borrego, as aparas dos legumes, 1 dl de vinho branco, 1 ramo de cheiros e 3 dl de água) e cozer durante 10 minutos.
Retirar a chalota e a salva, emulsionar com uma varinha e juntar 30 g de manteiga fria.
Rectificar temperos.



Quinta da Bacalhôa Tinto 2007
Península de Setúbal

É um vinho muito macio, apesar da sua estrutura complexa, equilibrando muito bem com este borrego isento de gorduras fortes.

A cenoura e a abóbora e as suas notas doces tendem a fazer uma boa paridade com os aromas e sabores silvestres maduros como as amoras e os morangos.

Termina longo e persistente, mas com bastante veludo, não se sobrepondo aos sabores do prato.

Castas Cabernet Sauvignon (90%) e Merlot (10%).
Teor alcoólico: 14%.

Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 19 de Abril de 2011

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Futre e Licor Beirão

O tema não pode ser mais actual!

A Uzina e os seus criativos conseguiram aproveitar bem dois grandes momentos da nossa actualidade desportiva e política.

Aqui está o making off.

The World's 50 Best Restaurants 2011

Todos os anos as águas da S. Pellegrino juntamente com outros parceiros divulgam uma lista bastante contestada dos 50 melhores restaurantes do Mundo!

Hoje é o dia em que a tal lista é divulgada, e ainda não saiu e já ganhou uma rebelião de contestatários e de inimigos (onde me incluo), pois gosto de listas como a Michelin e a Gault & Millau que não dão números de 1 a 50, mas sim agrupam categorias.

Estrelas ou toques, talheres, é o que quiserem, mas acho demasiado pedante dizer que o Nome é melhor que o El Bulli, ou o Celler San Roca abaixo do The Fat Duck, diria mesmo que é simplesmente ridículo!

Mas mesmo assim aqui vai a página oficial dos “The World’s 50 Best Restaurant Awards“.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Finalmente é sexta-feira

Ontem fizeram-me uma pergunta muito simples, mas de resposta muito complexa: “Na restauração a quantidade de clientes é sinónimo de qualidade?”.

É uma pergunta traiçoeira, mas, se analisarmos bem, o sinónimo de qualidade está inteiramente ligado à procura, se as pessoas gostam, procuram e querem, quem sou eu para contestar o gosto?

A qualidade é muito importante, mas a sobrevivência ainda mais, e se a comida “menor” enche salas, então há que repensar um pouco e perguntar: “Será que a quantidade de clientes é sinónimo de sucesso?”.

A resposta é mesmo simples: “SIM!”.

Voltando aos assuntos felizes, na passada quarta-feira realizou-se a terceira prova do concurso “O Melhor Pastel de Nata”, durante o evento Peixe em Lisboa, e já temos novo vencedor: a pastelaria A Chique de Belém, na rua da Junqueira 524, junto ao Museu dos Coches.

Em segundo ficou a pastelaria Cristal (vencedora de 2009) e em terceiro a pastelaria Alcoa em Alcobaça.

O júri, presidido pelo gastrónomo Virgílio Gomes, teve de provar e avaliar as 11 amostras que este ano foram a concurso, e no final a opinião foi consensual entre os jurados: “Este ano foi muito difícil porque todos os concorrentes trouxeram pastéis de grande qualidade, dificultando bastante o trabalho do júri”.

Agora que temos mais um representante da mais mediática peça de pastelaria nacional, não seria altura dos nossos representantes estatais pensarem além da fábrica de Pasteis de Belém e apresentarem, nos diversos eventos de estado, os nossos melhores produtos?

O chefe Vítor Sobral voltou a surpreender Lisboa, abrindo mais um restaurante.

Desta feita, é uma cervejaria que se situa na Rua Correia Teles, n.º 56, Campo de Ourique em Lisboa. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a cozinha do chefe Vítor Sobral renova-se e inventa-se no tacho, e a sua Tasca da Esquina e agora a Cervejaria da Esquina são representadas por essa vertente da cozinha.

O espaço é bonito, a fachada foi renovada, mas manteve os letreiros e traça do antigamente, vendo-se ainda o nome do antigo estabelecimento que ali operava.

O seu interior é simples, com muitas madeiras, mesas simples com toalhas de papel, um longo balcão onde se prepara a comida, um bico de cerveja, muitos aquários cheios de marisco e um forte espírito do que eram as tradições de uma cervejaria.

Preço médio por refeição:€25 a €45.
Tel: 213 874 644

O mediático e sempre à frente Olivier também abriu um novo espaço, privilegiando a comida mais simples, mas mais calórica das pizzas, massas e hambúrgueres!

Chama-se Guilty by Olivier, e é um local giro, muito cosmopolita e, principalmente, muito animado.

Os valores médios de refeição andam abaixo dos €20, mas depende muito do vinho que possa pedir.

O meu conselho é que experimente os rolinhos de pizza, acompanhados por uma fantástica sangria de champagne e frutos silvestres.

A decoração foi feita pelo Olivier, havendo uma parede forrada a caixas de vinhos, ao fundo um grande balcão e dois grandes fornos de lenha, um longo balcão a albergar os bartenders, e um púlpito com um DJ incansável.

Rua Barata Salgueiro, 28ª – Lisboa.
Tel: 916 593 494.

Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 15 de Abril de 2011

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O melhor pastel de nata 2011

Ontem, foi a terceira edição do concurso "O Melhor Pastel de Nata", durante o evento Peixe em Lisboa, e o vencedor foi a pastelaria "A Chique de Belém".

A prova realizou-se no Auditório do Peixe em Lisboa e os pasteis foram avaliadas por um júri constituído por Virgílio Gomes (Presidente do Júri e crítico gastronómico), o enólogo Domingos Soares Franco, o escanção Manuel Moreira, o chefe de cozinha André Magalhães e Rita Cupido, das Edições do Gosto.

Em 2.º lugar, ficaram as pastelarias Cristal (vencedora em 2009) e em 3.º, a Alcoa de Alcobaça.

Além dos premiados, participaram ainda Hotel Altis, Pastelaria Aloma, Casinha do Pão, Pastelaria Suiça, Hotel Palácio, Hotel Ritz, Estabelecimento Prisional do Linhó e o Restaurante Casa da Comida.

Em 2009, os vencedores haviam sido a Pastelaria Cristal (1º), secundada pela Pastelaria Chique de Belém (2º) e o Hotel Ritz (3º), e em 2010 foram Pastelaria Suiça (1º), Casinha do Pão (2º) e Hotel Altis (3º).

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Da adega ao espaço gastronómico

Évora é uma cidade que só não encanta quem ainda não a visitou.

Recheada de monumentos que enchem o olho, tem tanto para ver e visitar que um dia é escasso, uma semana não chega e uma vida inteira provavelmente não é suficiente para conhecer todos os seus tesouros.

Assim, e para poder dizer que já tinha um pouco mais de Évora no meu hard drive, faço malas, junto a família no carro e após uma hora e alguns minutos estava a circundar as muralhas, passar por baixo do aqueduto, e seguir a estrada que indicava canaviais - desta vez o meu destino é o belíssimo e totalmente reestruturado Convento do Espinheiro, agora transformado num belo hotel histórico de luxo.

Segundo a lenda, por aqui houve a aparição da Virgem por volta do início do século xv, alguns anos após foi edificada uma ermida e, depois de se tornar um ponto de peregrinação, no ano de 1458, D. Afonso V ordenou a construção da igreja e mais tarde do convento.

A história prolonga-se por muito mais linhas e todas elas impressionantes e deveras curiosas, mas a razão da minha visita foi para conhecer um conto mais recente - a arte por detrás da cozinha.

Confesso que quando entrei para almoçar na antiga adega do convento, onde hoje é o restaurante Divinus, o chão de pedra, os vários arcos e abóbadas do tecto e a iluminação delicada quase toda artificial prenunciam que o ambiente está mais propício para o jantar do que para o almoço, mas o estômago não vê luz, por isso mãos à obra.

A ementa está dividida entre uma variedade de 6 petiscos alentejanos, 3 sopas e caldos, 3 entradas, 5 peixes, 5 carnes e 5 sobremesas. Além destas, pode optar por um menu de degustação com 6 experiências por 45 €, e foi mesmo esta a minha opção para o almoço.

Depois da surpresa do chefe, iniciei-me nas vieiras crestadas em azeite de alecrim, numa bisque de mar sobre cuscuz de coentros - o molusco bem cozinhado no ponto, exterior ligeiramente crocante e as guarnições a favorecerem em sabor enaltecendo o bivalve.

O peixe-galo braseado sobre um creme de aipo e emulsões de azeite em diferentes texturas estava um pouco seco na ponta, merecia maior cuidado.

O melhor da tarde foi o carré de borrego envolto em sementes de sésamo e papoila numa inspiração mediterrânea, em que a carne chegou à mesa num ponto rosé perfeito, enaltecendo a graciosidade do bicho, onde se notava a ausência dos sabores a sebo muitas vezes associados à peça.

Terminou-se com duas sobremesas: a tarte de requeijão e maçã numa redução de Mouchão e com gelado de rosa e uma fantástica subtilezas conventuais em três texturas.

À noite, como eu já esperava, o ambiente era mais favorável ao espaço e decoração, e as confortáveis cadeiras encarnadas de costas altas criavam uma simbiose agradável entre o clássico e o moderno.

À la carte iniciei a refeição nocturna com o escalope de fígado de ganso braseado com uma compota de tomate verde e cebola roxa - mais uma vez os pontos correctos denotavam coerência e técnica na cozinha, deste prato retirava a guarnição da pêra bêbada em massa brick, que de forma correcta equilibrava a gordura do foie, embora não me pareça uma boa combinação de palato.

O dueto de robalo e carabineiros corado sobre um risotto de amêijoa cristã ficou pela banalidade do certinho e terminei com a pedra de queijos alentejanos com uma gelatina de maçã e um gelado de mel.

Resta dizer que a carta de vinhos é excelente, havendo uma maior propensão, como não poderia deixar de ser, para os alentejanos.

O serviço de mesa foi sempre simpático e afável, apesar de algumas distracções momentâneas, facilmente corrigíveis.

Não tenho dúvidas em afirmar que fui, gostei e voltarei, para comer, dormir e viver o que o Convento do Espinheiro tem para oferecer.


Detalhes
Divinus
Convento do Espinheiro Hotel & Spa
Canaviais, Apartado 594
7002-502 Évora - Portugal
N 38.60077º, W 7.88841º
+351 266 788 200
www.conventodoespinheiro.com
reservas@conventodoespinheiro.com
Horário: aberto todos os dias das 12h30 às 14h30
e das 19h30 às 22h30
Preço médio: 55 €
Tipo de cozinha: regional alentejana contemporânea
Cartões: todos

Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 13 de Abril de 2011

Cervejaria da Esquina - Chefe Vitor Sobral

Parece que o Chefe Vitor Sobral, abriu hoje um novo espaço para os lados de Campo de Ourique. Quando apareci por lá ao principio da tarde, ainda estavam em arrumações e preparos para o jantar, mas pelo livro de reservas já não havia volta a dar. É mesmo hoje!

Vi por lá vários aquários, uma decoração minimalista e interessante, um longo balcão a lembrar as cervejarias de outros tempos, e muita vontade de fazer algo novo, de algo antigo. De destacar a fachada que foi apenas reparada e ainda mantém os letreiros e nomes da antiga casa. "BONINA"


Comunicado integral:
A Cervejaria da Esquina procura reinventar o conceito e a tradição da clássica cervejaria lisboeta. Tem como ponto de partida a oferta de uma carta que valoriza os mariscos, os bifes e os enchidos e avança para novos horizontes onde potencia toda a riqueza do marisco cozinhado em açordas, saladas, arrozes, massas, um sugestivo caril ou um creme de camarão. A «cozinha de tacho» será um dos pontos de destaque deste novo espaço de Vitor Sobral, situado na Rua Correia Teles, 56, Campo de Ourique, em Lisboa, que abre as portas ao público amanhã, terça-feira, 12 de Abril.

Ostras, amêijoas, lagostim, lagosta, sapateira, lingueirão, búzios, canilhas, percebes, burriés, camarão da costa, tigre ou de Moçambique, gamba branca, caranguejo real são alguns dos mariscos que constam do menu da Cervejaria da Esquina. Não podemos esquecer o tradicional Prego à Casa e Bife à Casa, ambos de vaca ou de atum. Para acompanhar uma boa carta de vinhos e a finalizar sobremesas com sabores da gastronomia portuguesa – Arroz Doce, Flan de Chá Verde da Gorreana, entre outras; e para terminar um lote de café especial.

Como não poderia deixar ser, a cerveja estará também em evidência. Vitor Sobral apresenta um novo conceito, pensado para aqueles que gostam de acompanhar a refeição com uma cerveja gelada, a «esquininha». Esta mais não é do que uma imperial, mas servida num copo mais pequeno, levando a que esta se beba mais rapidamente e sempre fresca.

Toda a concepção do espaço foi da responsabilidade da arquitecta Paula Moura, que nos presenteia com um design moderno e confortável, preenchido por mesas isoladas, divididas por duas salas, fumadores e não fumadores, com cerca de 50 lugares no total e uma esplanada com lugares para 25 pessoas.

A Cervejaria da Esquina quer que ao prazer da gastronomia se associe um envolvimento visual que complete e enriqueça a experiência de se ir almoçar, jantar ou simplesmente petiscar algo. Não só através das texturas e cores dos materiais empregues, como na integração harmoniosa de uma cozinha assente no show cooking, que valoriza a exposição das matérias-primas, a sua preparação e transformação. Criou-se um ambiente que cria proximidade e transparência acentuada pelo conjunto de aquários que envolvem as pessoas.

O facto de estar num prédio antigo de Campo de Ourique, faz com que se respire a ainda presente memória dos antigos bairros de Lisboa, em que o convívio e a familiaridade pautava as relações entre as pessoas e nos quais os espaços de restauração eram prolongamentos naturais das casas de cada um. Na Cervejaria da Esquina podemos encontrar essa tradição, o que torna o espaço mais acolhedor e apelativo, ainda que seja moderno e inovador.

A Cervejaria da Esquina estará aberta de Terça a Domingo e irá oferecer a cada pessoa uma experiência que estimule e envolva os sentidos, os afectos e, principalmente, o prazer de estar à mesa.

Preço médio por refeição: 25€ a 45 €

sábado, 9 de abril de 2011

Finalmente é sexta-feira

7 Maravilhas Gastronómicas

Ontem foi apresentada a lista reduzida dos 70 pratos que constituem a primeira seleção de mais de 400 propostas para a eleição das 7 Maravilhas da Gastronomia.
O tema é polémico e pouco consensual, uma vez que é difícil reduzir a nossa riqueza gastronómica apenas a sete!

Mas para a organização a crítica é bem vista, e o presidente da organização Luís Segadães afirma que é mais importante gerar interesse e manifestação do que indiferença.

Estranho é a ausência do mítico arroz-doce, mas só foram a votos os propostos e parece que ninguém se lembrou desta pérola.

De destacar o bolo do caco da Madeira, pezinhos de coentrada do Alentejo, o caldo de cascas de Trás--os-Montes, as amêijoas à Bulhão Pato de Lisboa e Setúbal, que se juntam aos outros 66 que completam a lista.
(Lista completa em www.7maravilhas.pt)

Best Tables

Outro tema que deu muito furor esta semana foi a aparição do site Best Tables.

A ideia é melhorar o sistema de reservas de restaurantes em Portugal, bastando apenas três cliques para se confirmar uma mesa no seu local preferido (ou apenas um que queira conhecer).

Começaram com 50 espaços, onde a maior concentração é para Lisboa, mas Coimbra e Sintra também estão representados, tendo já confirmado, neste curto espaço de vida, mais de 1000 pedidos.

Basta entrar no site (já estão a desenvolver a versão para iPhone que vai para o ar antes do fim do ano), pesquisar o restaurante, localização ou tipo de comida, selecionar e depois preencher um número reduzido de dados, e p
assados uns segundos recebe via SMS ou email a confirmação da sua reserva, sendo fácil, cómodo e contrariamente ao que todos possam pensar, gratuito.
www.BestTables.com


Peixe em Lisboa

Os próximos dias vão ter a sua atenção máxima no evento Peixe em Lisboa, que começou ontem no Pateo da Galé, no Terreiro do Paço, em Lisboa, que além de se representar com 13 fantásticos restaurantes, abertos diariamente das 12 às 24 horas, conta ainda com vários acontecimentos paralelos, como aulas de cozinha, cursos de vinhos, apresentações de chefes, e muita animação.

Os preços das entradas variam entre 15 € (semana) e 25 € (fim-de-semana), e dá direito a pelo menos uma degustação num dos restaurantes.
www.peixemlisboa.com

Cinco Montes

Termino com um vinho, Cinco Montes tinto 2009, produzido pela casa alentejana Monte do Alámo, que transformaram as uvas das castas Alicante Bouschet, Aragonez e Alfrocheiro num néctar bastante interessante.

Estagia seis meses em carvalho francês, de onde sai com aromas balsâmicos e especiados.

Na boca é bastante macio e fácil de beber, ideal para qualquer dia da semana, fruto do equilíbrio transmitido por uns taninos muito suaves.

Teor alcoólico: 14%.
PVP: 4,65 €.

Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 08 de Abril de 2011

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Festival do Peixe anima Lisboa


Três anos depois do primeiro Peixe em Lisboa, o evento volta ao Pateo da Galé no Terreiro do Paço, devolvendo a aristocracia ao local, agora não por monarcas, mas pelos produtos-rei do Mar.

As portas abrem hoje, às 18 horas, numa cerimónia apadrinhada pelo presidente da Câmara de Lisboa, Dr. António Costa, estando reservado para este primeiro dia apenas a abertura dos 13 restaurantes: 100 Maneiras, Arola, Assinatura, Eleven, Fortaleza do Guincho, José Avillez, Manifesto, Ribamar, Spazio Buondi, Sol e Pesca, Tasca do Joel, Umai e a York House.

Diariamente, os espaços de restauração vão estar abertos e a servir menus dedicados ao peixe e ao marisco, com preços entre os €5 aos €8.

Integrado no festival, que dura até ao dia 17 de Abril, ainda há várias apresentações de chefes, que são 23 este ano, e na longa lista destacam-se nomes como os multi-estrelados Michelin Sergio Arola e Gennaro Esposito, como os luso-descendentes George Mendes, Nuno Mendes e Serge Vieira.

No programa ainda há outras pérolas, como a 3ª edição do concurso “Melhor Pastel de Nata” no dia 13 às 15h e “A Grande Caldeirada” reservada para o almoço do ultimo dia.

Para aqueles que ainda estão chocados com as constantes mutações das “estrelas”, podem assistir ao debate com o diretor do Guia Michelin para Espanha e Portugal, Fernando Rubiato, que poderá esclarecer quais os critérios utilizados para a atribuição dos tão cobiçados galardões.

Para finalizar, pode ainda contar com vários cursos de harmonizações enogastronómicas, cursos de culinária, provas temáticas com especialista, área gourmet com vários produtos a serem apresentados e comercializados, sessões de sensibilização com crianças, animação e música ao vivo.

Os preços das entradas variam entre os €15 durante a semana e os €25 no fim-de-semana (De segunda a sexta, entre as 12h às 15h, oferta de duas degustações de 5; ao jantar e ao fim-de-semana inclui uma degustação de 5€), há preços especiais para grupos e de ingressos para 5 ou 11 dias. O horário é das 12h às 24h, com exceção no dia 17 que encerra às 16h.

Para mais informações pode consultar o site www.peixemlisboa.com

Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 07 de Abril de 2011

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Jantares Vínicos

Todos os dias, quando ligo o computador, sou confrontado com diversos correios eletrónicos de jantares vínicos, encontros de Baco e uma grande panóplia de acontecimentos em torno do vinho.

As ofertas são de tudo um pouco, havendo uma grande escolha: tradicionais, contemporâneos, italianos, franceses, etc… e como os restaurantes, também eles chegam de destinos diferentes, sendo os mais comuns, claro, os portugueses, mas os italianos e franceses também têm o seu espaço.

A fórmula que parece que todos adotaram é simples, o restaurante vai ter com o produtor, ou distribuidor (este segundo é preferível pois pode ter diferentes marcas e rótulos), pede para oferecer o vinho a troco de algumas refeições e tempo de antena, e dá-se inicio à coisa.

Estes jantares normalmente têm um menu cuidado e elaborado, depois de uma conversa entre o chefe e o produtor/enólogo e chega-se à harmonização correta (nem sempre é assim e por vezes as harmonizações são catastróficas, mas os restaurantes que organizam muitos destes eventos já os fazem quase de olhos fechados).

Antes do jantar faz-se uma pequena apresentação da escolha do menu e da paridade com os vinhos, e depois, prato a prato apresenta-se o(s) vinho(s) e as suas características técnicas, bem com a descrição de prova.

Goste-se ou desgoste-se, o que é certo é que este formato tornou-se muito popular e cada vez tem mais adeptos, e acima de tudo criou uma empatia e conhecimento por este meio como nunca houve, e aproximou de forma muito apaixonante o produtor/enólogo do consumidor final.

Posso garantir que depois destes jantares as pessoas chegam às grandes superfícies e já não olham só para o preço, mas sim conjugam o valor do vinho à sua qualidade, e às características da sua preferência.

Algumas recomendações para esta semana:

• Churchill’s Reserve Port

Este foi um vinho a que tive acesso há pouco tempo e achei muita piada por duas razões: primeiro porque é uma garrafa de 20cl e podemos pedir uma só para uma sobremesa, ou para o final da refeição.

Segundo porque é um Porto jovem de apenas quatro anos bastante aromático, com boa estrutura, produzido apenas dos melhores lotes de uvas (Letra A), resultando num vinho fácil de beber e fácil de se gostar.

• Loios Tinto 2010

Já começaram a aparecer bastantes vinhos da vindima do ano transato, e o J. Portugal Ramos não foi exceção e já meteu no mercado o seu Loios.

Produzido das castas Aragonês, Trincadeira e Castelão resultou, como já tem vindo a ser habitual nos anos anteriores, num vinho muito aromático, com a fruta a assumir a sua predominância.

Muito fácil de beber e bastante gastronómico.

P.V.P €4,5

Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 06 de Abril de 2011

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Histórias do Azeite

Até há uma boa de dezena de anos, o simples ato de esticarmos o braço para pegar no galheteiro e retirarmos a garrafa de azeite para temperar o nosso prato era quase instintivo. Um curto comando cerebral que se refletia num movimento e num posterior aumento gustativo vegetal no prato. Agora, como no vinho, todos somos eruditos e questionamos antes de nos servir: “qual é a acidez deste azeite?”, “é virgem, ultra virgem ou pornograficamente refinado?”.

A origem da oliveira, segundo alguns cientistas, remonta à Era Terciária, mas a primeira aplicação que se conhece foi há mais de 6000 anos, quando então os guerreiros da Mesopotâmia se untavam para se proteger do frio. De acordo com a bíblia e alguns achados arqueológicos, as oliveiras já eram cultivadas em solo fértil desde o Século XXX a.C.. Mas foi apenas no século VII a.C. que os gregos e romanos começaram a utilizar este produto na sua dieta. Agora é tão comum que é impensável entrar numa cozinha sem uma garrafa de azeite.

Benéfico para a saúde, visto que reduz o risco de enfarte ou AVC – a sua grande quantidade de gordura monoinsaturada pode reduzir o mau colesterol (LDL), tornou-se o melhor aliado na cozinha. Na realidade, há alguns factores que são importantes na escolha do azeite, um dos principais é a acidez, quanto menor provavelmente melhor é. A luz é um dos piores inimigos: o contacto com esta acelera o processo de oxidação, logo a deterioração do mesmo.

O calor também não ajuda: evite os locais quentes, mas não guarde no frigorífico. Tenha também atenção aos períodos de validade, pois dificilmente podem durar mais do que um ano após a produção. E por último, é o ar. Recentemente, várias marcas introduziram os bicos doseadores, que são proporcionalmente negativos ao efeito prático, pois estes aceleram muito a oxidação.

Digamos que a garrafa ou embalagem ideal seria em vidro escuro temperado, ou mesmo tapado, ou uma embalagem em alumínio totalmente opaca, e o néctar teria de ter baixa acidez e ser bastante aromático para facilitar a sua vida.

Aqui vão algumas sugestões de alguns dos melhores que poderá encontrar no “mercado”:

• Acushla

É um azeite biológico certificado, extra virgem, DOP, com uma acidez inferior a 0,1% produzido pela Quinta do Prado em Vila Flor no Douro.

Além da sua imagem contemporânea, bonita, a embalagem foi desenhada e criada pensando nas questões ambientais, sendo totalmente reciclável.

Quanto às propriedades do produto, em copo próprio apresenta-se amarelo esverdeado, com aromas e sabores frutados, tendo uma longa persistência final com notas apimentadas.

(€9,90 - 500ml)
www.acushla.pt

• CARM

Tem uma gama muito extensa, desde a seleção CARM, Quinta do Bispado, do Côa, da Calábria e das Marvalhas todos com processo muito parecidos, no entanto de olivais distintos, de azeitonas de variedades diferentes, havendo espaço para cada um ter a sua identidade, mas a qualidade é comum a todas.

O Premium das Madural e Verdeal é talvez o mais expressivo, com aromas fortes e apaixonantes e apesar de uma acidez de 0,1% é bastante saboroso e encorpado na boca.

(€6,40 – 500ml)
www.carm.pt


• Gallo Azeite Novo

Extraído a frio de azeitonas que são colhidas entre os meses de Outubro a Dezembro, é o mais requintado de toda a gama Gallo.

O formato é tipicamente igual a quase todas as garrafas do mercado, mas esta tem a particularidade de ter um revestimento dourado que não só protege da oxidação como lhe confere um design distinto.

Já recebeu o primeiro prémio Mário Solinas, sendo considerado o melhor azeite do mundo.

Muito frutado, intenso e ligeiramente picante.

(€4,50 - 500ml)
www.gallo.pt


• Oliveira Ramos Premium

Produzido das azeitonas galega, cobrançosa e picual tem uma identidade muito própria e complexa.

A sua extração e conservação bastante técnica e cuidado permitem uma boa armazenagem de aromas e sabores resultando no azeite fresco e elegante, muito frutado, no entanto a revelar outros frutos como maçã, amêndoas e frutos secos.

É ligeiramente picante mas de forma graciosa e interessante.

Não há uma ciência para a utilização desde azeite, mas serve para temperar, cozinhar e guarnecer.

Muito boa proposta da João Portugal Ramos

(€8,90 - 500ml)
www.jportugalramos.com


• Quinta do Vale Meão


Curiosamente o nome já está bem conotado, pois o vinho é considerado um dos melhores de Portugal, o que pouca gente sabe é que o azeite também é excelente.

Azeitonas de Trás-os-Montes de um olival que foi plantado pela Dona Antónia Adelaide Ferreira, é produzido em modo de Agricultura biológica e atinge a acidez máxima de 0,2%.

Bom aroma herbáceo e fruta, ligeiramente especiado na boca. É mesmo uma agradável surpresa.

(€11,50 - 500ml)
www.quintadovalemeao.pt


Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 04 de Abril de 2011