quarta-feira, 27 de abril de 2011

Fugir ao básico respeitando a tradição

Há anos que vou à Arruda sempre com o mesmo destino, pois há por lá uma casa que privilegia a quantidade em detrimento da qualidade, e há dias em que comer muito sabe bem, principalmente para mais tarde me vangloriar de que comi imenso e paguei pouco.

Estou a falar do muito conhecido Fuso, mas, realmente, nos últimos tempos a qualidade está a passar ao lado e o serviço, então, nem se fala!

Então iniciei a minha pesquisa, para descobrir novos e mais interessantes poisos gastronómicos na localidade.

Os parâmetros eram simples: regionalidade, tradição, quantidades humanas e um pouco de inovação.

Meti-me à estrada e com as novidades rodoviárias passámos de 30 km de curvas e de uma hora de viagem, para a mesma distância em apenas meia hora no alcatrão.

Faço o pagamento na saída que indica Arruda na A10, e já na direcção da localidade encontro um longo muro cor-de-rosa e a placa que indica Quinta de Santa Maria.

É para aí que entro e dirijo-me rapidamente para o restaurante. Espaço moderno, decorado de forma sóbria com mesas espaçosas, bons atoalhados e guardanapos de pano, propício a um bom repasto.

O menu, bem elaborado, tem cinco entradas, quatro peixes, seis carnes e um bom conjunto de sobremesas.

Além da carta, há uma sugestão semanal para o almoço, mais económica, com quatro pratos.
Iniciei com os cumprimentos do chefe: leitão desfiado e seu crocante com morangos e rúcula, combinação interessante e bastante veraneante a
aproximar-se bem da época.

Das entradas provei o crocante de pêra e rúcula e a morcela com maçã, ambos bons, mas o crocante da pêra revelou-se pouco ácido e um pouco doce, nada chocante.

Dos peixes, a perca do Nilo corada foi para esquecer e nada apropriada ao espaço, e sigo para um bom naco de bacalhau que me encheu a boca.

Nas carnes, as bochechas de porco preto com batata frita e cogumelos salteados foram uma agradável surpresa, revelando boa técnica na cozinha.

Terminei com as costoletas de borrego com um “gratin” de batata e maçã sobre um creme novamente de maçã.

Não percebi a ligação da maçã à maçã e a carne estava um bocado passada.

Enfim, uma distracção no tempo de exposição ao quente.

Serviço adequado, muita simpatia e bom acompanhamento remataram as qualidades do espaço.

E agora posso acrescentar à lista da Arruda um espaço agradável onde a comida agrada e o ambiente encanta.

Detalhes
Restaurante Sabores da Quinta
Quinta de Santa Maria – Hotel Rural
Galinhatos
2630-183 Arruda dos Vinhos
N 38º 58' 33.45'' , W 9º 3' 54.65'
+351 263 975 528/9
www.quintadesantamaria.pt / info@quintadesantamaria.pt
Horário: aberto todos os dias das 12h00 às 15h00 e das 19h30 às 23h00. (Aberto ao jantar de quinta-feira a sábado. Nos restantes dias, os jantares estarão sujeitos a marcação.)
Preço médio: 35 €
Tipo de cozinha: mediterrânica e regional contemporânea
Cartões: todos


Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 27 de Abril de 2011

2 comentários:

Gilman Jones disse...

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Carolina disse...

Deixo uma outra sugestão para esses lados - Restaurante O Valverde (Travessa do Serrado, 6 A, Louriceira de Baixo, Arruda dos Vinhos)
261 941 631
933 372 850

Não terá pratos servidos com o aspectos dos que mostra neste post mas terá um preço bastante mais baixo e uma qualidade muito boa.

Curiosamente também descobri este numa "fugida" ao Fuso... ;)