Todos os dias, quando ligo o computador, sou confrontado com diversos correios eletrónicos de jantares vínicos, encontros de Baco e uma grande panóplia de acontecimentos em torno do vinho.
As ofertas são de tudo um pouco, havendo uma grande escolha: tradicionais, contemporâneos, italianos, franceses, etc… e como os restaurantes, também eles chegam de destinos diferentes, sendo os mais comuns, claro, os portugueses, mas os italianos e franceses também têm o seu espaço.
A fórmula que parece que todos adotaram é simples, o restaurante vai ter com o produtor, ou distribuidor (este segundo é preferível pois pode ter diferentes marcas e rótulos), pede para oferecer o vinho a troco de algumas refeições e tempo de antena, e dá-se inicio à coisa.
Estes jantares normalmente têm um menu cuidado e elaborado, depois de uma conversa entre o chefe e o produtor/enólogo e chega-se à harmonização correta (nem sempre é assim e por vezes as harmonizações são catastróficas, mas os restaurantes que organizam muitos destes eventos já os fazem quase de olhos fechados).
Antes do jantar faz-se uma pequena apresentação da escolha do menu e da paridade com os vinhos, e depois, prato a prato apresenta-se o(s) vinho(s) e as suas características técnicas, bem com a descrição de prova.
Goste-se ou desgoste-se, o que é certo é que este formato tornou-se muito popular e cada vez tem mais adeptos, e acima de tudo criou uma empatia e conhecimento por este meio como nunca houve, e aproximou de forma muito apaixonante o produtor/enólogo do consumidor final.
Posso garantir que depois destes jantares as pessoas chegam às grandes superfícies e já não olham só para o preço, mas sim conjugam o valor do vinho à sua qualidade, e às características da sua preferência.
Algumas recomendações para esta semana:
• Churchill’s Reserve Port
Este foi um vinho a que tive acesso há pouco tempo e achei muita piada por duas razões: primeiro porque é uma garrafa de 20cl e podemos pedir uma só para uma sobremesa, ou para o final da refeição.
Segundo porque é um Porto jovem de apenas quatro anos bastante aromático, com boa estrutura, produzido apenas dos melhores lotes de uvas (Letra A), resultando num vinho fácil de beber e fácil de se gostar.
• Loios Tinto 2010
Já começaram a aparecer bastantes vinhos da vindima do ano transato, e o J. Portugal Ramos não foi exceção e já meteu no mercado o seu Loios.
Produzido das castas Aragonês, Trincadeira e Castelão resultou, como já tem vindo a ser habitual nos anos anteriores, num vinho muito aromático, com a fruta a assumir a sua predominância.
Muito fácil de beber e bastante gastronómico.
P.V.P €4,5
Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 06 de Abril de 2011
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