Quem lá foi sabe o que digo, pois é nos desafios simples que podemos ver quem é que se destaca.
Restaurantes, chefs, vinhos, cervejas, workshops, almoços e jantares gourmet e muitas experiências.
Nomes como Dieter Koschina (Vila Joya, Algarve), Leonel Pereira (Panorama - Sheraton, Lisboa), David Pasternak (ESCA, Nova Iorque), Luís Baena (Terraço – Tivoli, Lisboa), Quique Dacosta (El Poblet, Denia - Valencia), Vitor Sobral (Consultor, Lisboa) animaram fortemente o programa, e foram motivadores de enchentes.
As crianças não foram esquecidas, com a inclusão do tema “CRIANÇAS NA COZINHA”. Dança e artes plásticas foram algumas das formas didácticas de explicar não só o valor do mar na nossa vida, como da nobre arte de cozinhar.
Durante 9 dias e a partir das 15h, abria uma sala com 12 produtores de vinhos (e algumas coisas que tentavam ser vinho), quase sempre acompanhados dos seu enólogos ou produtores, que nos explicavam e “vendiam” de uma forma mais adequada as suas fichas técnicas. Infelizmente a preocupação nem sempre era ter alguém técnico ou entendido, mas sim comercial – certamente que esses vão perceber que feiras sérias, obrigam a um tratamento sério.
O programa era tão rico que todos podiam optar, pelo debate ou apresentação, curso ou prova mais ao seu gosto e disponibilidade. Para mim por vezes foi difícil, porque a minha parca capacidade de omnipresença obrigava-me a escolher apenas um.
Assisti a várias conversas, e fico cada vez mais contente de ver que os nossos “chefs”, são verdadeiros comunicadores. Quem ouve o Luís Baena, Vítor Sobral, Benoît Sinthon, Albano Lourenço, Nuno Diniz e outros, fica maravilhado com a capacidade, não só explicativa e narrativa das suas apresentações, como da empatia com o público.
Fiquei triste quando a capacidade linguística se tornou um muro muito forte ao interesse do público, há que ter mais cuidado também neste aspecto. Mas é por estes pontos que estas feiras são importantes, ano a ano estes aspectos são melhorados e rectificados, e quem sabe um dia os pequenos erros são história.
A presença sempre residente da José Maria da Fonseca com a sua (larga) gama, de brancos, rosés, tintos e moscatéis, teria sido apenas uma presença, não fosse os sempre prontos aconselhamentos dos seus elementos. Aqui, meus amigos, um dos pontos mais fortes da feira ao quebrarem-se tabus, o branco não tão exclusivo de peixes e o tinto de carnes.
Rosé ou moscatel roxo para o sushi - interessantes equilíbrios. Tintos ligeiros com mariscos, brancos encorpados com pratos de feijoada, segui todos os conselhos e quase sempre gostei das sugestões. Parabéns à JMF pelo excelente trabalho!
Agora a comida! Não querendo ferir o excelente trabalho realizado por todos os chefs e restaurantes, mas as opiniões são pessoais e todos nós gostamos de destacar alguém ou um parto.
Prato: a moqueca do chef Vitor Sobral; alguém: o chef Leonel Pereira e o seu menu. Gosto sempre de ser surpreendido.
Provei e degustei pratos de todos os restaurantes, e o saldo é bastante positivo. Infelizmente, há pessoas que ainda não perceberam a importância dum evento destes e a sua repercussão a curto prazo. Apresentação e diversidade fazem a primeira escolha e impulsividade. Mas é a simpatia, boa apresentação, e acompanhamento que fazem a fidelização, e há ainda quem não perceba isso.
Não quero falar do Peixe em Lisboa sem esquecer a prova “O Melhor Pastel de Nata”. A Confraria teve aqui o seu melhor desempenho organizativo e mediático desde a sua fundação.
A oferta de produtos na zona “gourmet” era fraca, uma feira deste nível tem espaço para muito mais e melhor. Com uns pequenos rasgos nomeadamente o presunto 7Jotas, alguns biscoitos que se distinguiam do tradicional e uns gelados muito bem confeccionados. O público merecia mais e melhor. Para o ano certamente vamos ter uma oferta mais adequada ao espaço.
O espaço é fantástico, mas parece-me que o evento vai precisar de mais, muito mais. As mesas eram escassas para o público que apareceu.
A varanda e a esplanada eram os locais preferidos, mas também os que tinham menos mesas, o constante público a vaguear com um olhar de cobiça e pratos na mão, provocava por vezes o constrangimento de quem simplesmente estava a relaxar e a beber um copo de vinho.
Fica a recordação de boa comida, boa bebida, muita animação e a vontade de voltar.
Para mim o Peixe é para ficar em Lisboa, e Lisboa precisa do Peixe!
(Foto 1: chef Vitor Sobral, Foto 2: Eng. Domingos Soares Franco, Foto 3: Bar Cocktails, Foto 4: chef Leonel Pereira, Foto 5: Duarte Calvão, Director do "peixe em lisboa")
Sem comentários:
Enviar um comentário