sábado, 30 de janeiro de 2010

Restaurante Largo de Miguel Castro Silva

O chef Miguel Castro Silva é uma verdadeira caixa de surpresas, diria mesmo um verdadeiro exemplo a seguir.

Agora podemos dizer que as malas estão mesmo desfeitas, roupa arrumada e mobília comprada, e agora é um habitante da cidade de Lisboa.

Melhor para os alfacinhas e pior para os tripeiros, que perderam um dos grandes talentos da cozinha.

O seu novo projecto chama-se Largo, abriu esta semana e é um espaço muito bonito e moderno decorado pelo Miguel Câncio Martins, mesmo à frente do Teatro de São Carlos.

As mesas espaçadas, as cadeiras confortáveis, a mistura da traça pombalina com os vários pormenores contemporâneos, e uns aquários que… bem, o espaço estão muito interessantes e precisa de ser visto com os seus próprios olhos.

A ementa é composta por 8 entradas, 2 sopas/cremes, 5 peixes e mariscos, 5 carnes e 9 sobremesas e frutas. Entradas: terrina de foie-gras com porto, molho cumberland (17€); creme de amêndoa com gema e broa trufada (7,5€); pratos principais: bacalhau 80º de cura portuguesa com migas de poejo e hortelã da ribeira (18€), suprema de pintada com castanhas, sultanas e pinhões (22,5€); sobremesas: pão-de-ló de chocolate com mousse de mascarpone ou gelados Santini (5,5€).

Certamente que farão as delicias de todos os comensais. A mim fizeram, gostei verdadeiramente deste espaço, pena que a carta de vinhos (ainda em construção) tem um conjunto reduzido e muito similar de opções, e talvez seja um pouco cara.

Mas a minha mais rude crítica vai para o facto de só servirem água holandesa - apesar de tudo prefiro a da torneira e lusa, do que a holandesa e cara, em que a mais valia é simplesmente uma garrafa bonita.

Outro facto importante e interessante é o menu executivo de almoço de segunda à sexta, que inclui sopa ou salada e prato de peixe ou carne por apenas 18€.

Em suma, Lisboa ganha aqui um espaço de alta gastronomia com uma decoração muito interessante.

Detalhes
Restaurante Largo
Rua Serpa Pinto 10A 1200-445 Lisboa
(Chiado - Largo São Carlos)
www.largo.pt
info@largo.pt
+351 213 477 225
Horário: Ainda não tenho essa informação mas sei que ao almoço e jantar durante a semana estão abertos.
Preço Médio s/ Bebidas: 20 € (Almoço) / 30€ (Jantar)
Encerra: Sábados ao almoço e domingo todo o dia
Tipo de Cozinha: Contemporânea de Autor
Cartões: Todos
Notas: Estacionamento difícil.

17 comentários:

Carlos Moura-Carvalho disse...

Também já tive o privilégio de ir ao Largo e concordo com o post.
A comida é excelente, ao nível do Chef, o espaço muito bonito, os vinhos e as sobremesas a melhorar.
O preço é muito razoável face à qualidade das iguarias que o Chef proporciona. A não perder. Lisboa ganhou um espaço de qualidade.

Anónimo disse...

Também concordo com a sua análise em termos globais.
Não consigo atingir a água, é cara, é tratada (a Holanda não tem boas águas) e as alternativas portuguesas são melhores emais baratas.
Estava tudo bom mas esperava mais criatividade, é o mesmo, igual a muitos outros e igual ao que ele faz há vários anos. Parece que inventou ou trabalhou uma vez, no passado e gora é repetir afórmula do pseudo sucesso. No Porto deu-se mal, em Lisboa somos menos exigentes. Desejos de grandes sucessos

Globalmente achei caro, mas é bonito.

EuSouGourmet disse...

@Carlos, obrigado pelo comentário - Já agora o que comeu lá?
@Anónimo - Concordo 100% com a água, aliás fiquei um bocado estupefacto com o facto de ser exclusiva.
Quanto à criatividade está toda no facto de pegar em receitas banais e torná-las agradáveis e comestíveis.
Por vezes a melhor solução é fazer bem o simples, do que fazer de forma mediano o complicado.
Só achei caro os vinhos de resto achei que o preço estava adequado aos produtos e qualidade gastronómica.
Obrigado
V

Anónimo disse...

O episódeo da água devia levar os critícos a sugerir um boicote até existirem águas portuguesas disponíveis. Chega de tantas modernices bacoucas.
Até concordo consigo no que toca à criatividade, mas não devemos ambicionar e exigir mais.
Não consigo perceber é a sua conclusão no artigo, não vejo onde é que está a alta gastronomia. Como você disse são receitas banais, agradáveis e comestíveis. Não encontrei mais do que isso. E para mim chega mas não é alta gastronomia

EuSouGourmet disse...

Eu penso que pratos como : Filetes de linguado com vieiras, creme de alho francês; Suprema de pintada com castanhas, sultanas e pinhões; Trio de peixes - atúm à japonesa, tártaro de carapau e vieiras grelhadas; Risotto de cepes com molho de morilles são bons exemplos de alta gastronomia.
Mas compreendo o que quer dizer, muitas vezes a alta gastronomia é associada ao esplendor da novidade, criatividade e diferença sempre apelando à qualidade.
Para mim a alta gastronomia começa por saber fazer bem, utilizando os produtos mais frescos, e penso que o Largo cumpre os requisitos.
Obrigado
V

Frederico Ribeiro disse...

Um sítio a visitar. Vejo que MCS continua a fazer o que sabe, e a fazer bem...

Anónimo disse...

Já li cinco comentários todos dentro do politicamente correcto. justificará mais visitas?

Só com outra água e com os preços mais baixos.

E os restaurantes leêm o que aqui se escreve. Pelo que sei o Manifesto já baixou os preços por ex o menu Vertigo passou de 48€ para 40€ com 7 pratos em vez de 5.


Os comentadores e os critícos devem ser mais incisivos

EuSouGourmet disse...

Olá Anónimo,
mais uma vez, respondendo dentro da sinceridade e não no politicamente correcto, pois quem me conhece sabe que eu sou bastante directo.
Subscrevo a ideia que a água é infeliz, e como já disse prefiro a do cano às servidas no local.
Quanto aos vinhos também achei que estava fraco e caro.
Quanto à ementa penso que o que comi é bom, um pouco à imagem do que já tinha provado no Porto, mas não deixa de ser bom.
Há mais um detalhe que eu não gostei, foi aquela enorme boca que nos engole no hall para a casa de banho.
De resto acho que é um espaço bonito, e que com o tempo vai evoluir para um grande restaurante.
Por enquanto tem apenas uma semana de vida e é pouco para se fazer uma avaliação exaustiva.
Caso tenha lido as minhas criticas, aqui, no OJE, e noutros meios em que publico, quando o erro existe eu denuncio.
Não tenho por politica escrever mal dos restaurantes que não gosto, a não ser quando é mau demais para não se denunciar, caso contrário escuso-me a fazer publicidade do medíocre e do banal.
Venham de lá mais comentários para alegrar este blog.
Obrigado
Vicente

Anónimo disse...

É com enorme prazer que acompanho este blog,
Tem feito um bom trabalho a nível da democratização da informação.
Parabéns
Venham mais trabalhos assim.
Obrigado

FD

http://policiadosbonscostumes.blogspot.com/

Anónimo disse...

É com enorme prazer que acompanho este blog,
Tem feito um bom trabalho a nível da democratização da informação.
Parabéns
Venham mais trabalhos assim.
Obrigado

FD

http://policiadosbonscostumes.blogspot.com

Anónimo disse...

Meus amigos, li os comentários e como curioso gastronómico que sou decidi ir tirar as dúvidas in loco.
A primeira impressão em relação à decoração foi bastante positiva, sem ser marcante, acaba por valer a visita.
Em relação ao que me interessava mais a minha opinião é bastante mais reservada.
A carta é curtissima em relação à oferta e variedade, pode ser por opção mas achei muito curta mesmo.
A carta de vinhos, mais do mesmo.Curta e desinteressante.
Acabei por pedir de entrada o foie gras e a desilusão é dificil de transmitir. 19 euros por um foie gras que bem pode ser de lata foi das piores sensações que podia ter.Não estava insuportável mas lembro-me facilmente de muitos outros lugares que envergonharão esta iguaria do restaurante largo.
Seguiu-se um cachaço de porco com cogumelos e grão, a combinação apresentava-se entusiasmante mas o resultado é apenas um bom.Digo apenas porque realmente esperava no minimo um "bom mais" de um restaurante que se apresenta com pompa!
A sobremesa de mouse a 0º graus, acabou por ser uma surpresa pela positiva, não sei se porque as minhas expectativas foram baixando se por mérito da cozinha.

Deixo uma nota extremamente positiva para a rapidez do serviço, tendo em conta que a casa estava bem composta.
Uma nota negativa, à imagem de outros comentários em relação à água.4,8 euros por garrafa....meus amigos, água holandesa, por favor, como foi dito aqui, água del cano lisboeta dá 10 a 0, repito, 10 a 0 a este insulto liquido.

Cumprimentos e bons jantares/almoços para todos o leitores

Diogo Calça e Pina disse...

O restaurante Largo deixou em mim uma grande vontadede voltar! A comunhão da arquitectura do SEC XVIII com elementos modernos e arrojados tornam o espaço verdadeiramente diferente, não há nenhum restaurante em Lisboa que seja sequer parecido com este. Mas como vamos a um restaurante para comer bem, mais do que apreciar o espaço, foi precisamente neste parâmetro que melhor impressionado fiquei. As "hostilidades" abriram com um creme de amêndoas de chorar por mais, um bacalhau com migas de se lhe tirar o chapéu e para rematar um bolo de chocolate de cujo nome não me lembro mas do qual quero rapidamente a receita. Quanto à carta de vinhos, achei adequada embora curta. Sobre a água não me pronuncio pois líquidos que enferrujam não merecem comentários.
A repetir...muito bom!

EL MOUREX disse...

Caro Vicente, demais leitores e eventualmente o próprio Miguel Castro Silva,

Regressei agora de uma viagem para onde parti exactamente depois de ter jantado no Largo, naquela 6ª Feira dia 19 de Março.

O Largo é sem muitas dúvidas, um dos restaurantes melhor decorados da cidade; o ambiente é fashion, hip, trendy e outros adjectivos em Inglês que lhe ficam bem. Gostei mesmo muito e senti-me lá bem.

Fomos bem recebidos; simpatia QB á porta (notem bem, QB e mais por parte do porteiro do que da recepcionista...!) e eis-nos sentados á mesa. Ao principio não se está mal, mas ao fim de algum tempo as pernas precisavam de se movimentar um pouco mais; as cadeiras rotativas são giras e confortáveis mas demasiado baixas.

Achei o serviço simpático; alguns empregados de mesa já os conhecia de outros lugares mas o que nos calhou ao fundo da sala foi... especial. Gosto de "garçons" genuinos e que notoriamente fazem um esforço para agradar ao cliente.
Um vidro partido dentro do meu guardanapo foi um bónus com que não contava, mas são coisas que acontecem.

Mas passemos ao que - eventualmente - mais interessa; a comida! Confesso que ficou muito aquém das minhas expectativas. Digo isto com toda a sinceridade e respeito por todos os que desenvolvem numa cozinha, a sua dificil arte; agradar a todos os palatos e exigências.

Achei as opções a la carte algo limitadas e os primeiros pratos que escolhemos - perdoem-me a esta distancia não me lembrar do "titulo" completo de todos os pratos - foram o tataki de atum (salgado e insipido) e as vieiras trufadas que estando hoje tão na moda em Portugal, já as comi variadas vezes mais saborosas!

Os pratos principais foram o tornedó com queijo da Serra ou de Azeitão (não me recordo...!) e os rolinhos de linguado. Frio o bife e de sabor e confecção ao nível de outros 437 restaurantes. A batata - pouco mais que cozida - não ía lá muito bem! O linguado a enrolar espinafres e com molho de caril estava OK mas não foi fantástico, como eu gosto de dizer de um prato que me saiba mesmo bem! Tambem aqui a temperatura se revelou baixa ao servir.

Por fim a sobremesa; dividi-a com a minha mulher e escolhemos a recomendação do empregado. O Pão de Ló de chocolate era um simples petit gateau - não quero com isto dizer exactamente ao nível dos do Pingo Doce - e a mousse de mascarpone, desculpem-me mas não sabia ao forte sabor da referida variedade de queijo...

Nas bebidas tudo bem; um mojito correcto, uma flute de champagne Piper e uma garrafa de CARM tinto a preço absolutamente justo (mais barato que nalguns concorrentes).
A famosa água não aquece nem arrefece; por isso gostei de saber que está fechado o contrato para fornecimento de uma marca de água nacional!!!

Por fim o preço e a sua relação com a qualidade. Comparando com o panorama actual da restauração na capital, não achei caro. O espaço paga-se e os produtos tambem. Apesar da confecção não ter sido brilhante, não dúvido que nos foram servidos produtos de muito boa qualidade!

Um dia destes vou lá outra vez; pode ser que desta o jantar me seja preparado pelas mãos do próprio Chef Castro Silva que tenho a certeza, nas (poucas) vezes que jantei no Bull and Bear, foi ele - e não um ajudante bem intencionado e certamente no bom caminho - quem colocou "as mãos na massa"!!!
Estou a pensar num Menu Degustação; farei bem?! Acho que sim.

Um abraço a todos,
Luis Moura

Anónimo disse...

Foie Gras??? Que horror então e a crueldade com que é obtido esse alimento?

Anónimo disse...

el mourex desculpe mas engana se redondamente no que diz respeito ao bull&bear no Porto......ao contrario do que disse poucas eram as vezes que o chef confecionava os pratos mas sim os seus sempre grandiosos ajudantes....sem duvidas que as ideias originais eram de Miguel Castro Silva mas por voz da experiencia lhe digo 95% dos pratos confecionados eram executados por seus ajudantes.....

Anónimo disse...

Têm razão! O Miguel treme demais para executar seja o que for…..

EuSouGourmet disse...

Confesso que a minha ultima experiência também ficou aquém do expectável, está a precisar de um abano este espaço.