Não é novidade para ninguém que vivemos tempos difíceis, sendo que uma das áreas mais penalizadas é a da agricultura.
Além, do decréscimo das vendas, sofre com a baixa dos preços, a falta de mão-de-obra devido à desertificação da camada jovem para os grandes centros urbanos e a que pode ser a maior inimiga: as intempéries.
A produção de vinhos e os seus produtores, apesar da constante e progressiva melhoria da qualidade dos nossos néctares, podem-se gabar do produto mas nem sempre das vendas!
Comprar grandes campanhas de publicidade está fora de questão, pois poucos são os que têm facturação suficiente para poder fazer investimentos na casa dos dois dígitos de milhar, principalmente se o da esquerda for superior a “um”.
Facto extraordinário ainda é a presença de alguns produtores em algumas feiras onde o espírito comercial é zero, mas a desculpa é sempre a mesma: “Se não estamos presentes podemos correr o risco de ser esquecidos!” Enfim, cada um tem o seu orçamento e saberá melhor qual a estratégia para penetrar mais eficazmente no mercado.
O método mais popular é investindo nas provas internacionais e nacionais: medalhas de platina, ouro ou prata são mato, mas o que é certo é que ajudam a vender.
Nas últimas duas semanas houve pelo menos três de que eu tivesse conhecimento: Vinhos do Tejo, Alvarinhos do Mundo e o Concurso de Vinhos Douro e Porto.
Do concurso realizado sobre os vinhos do Tejo, uma região que nos últimos tempos tem dado cartas fortes na área vitivinícola, destacaram-se três vinhos com medalhas de excelência: Conde de Vimioso Reserva Tinto 2008, Vale D'Algares Selection Branco 2010 e pela primeira vez um rosé, Quinta da Alorna Touriga Nacional Rosé 2010.
Uma nota especial para o Enólogo do Ano, Nuno Falcão Rodrigues, que já há vários anos tem vindo a surpreender pela positiva com o trabalho feito na sua adega no Centro Agricola do Tramagal, com marcas como o Mythos ou o Casal da Coelheira.
Num concurso muito arriscado, o dos Alvarinhos do Mundo, poderia haver surpresas negativas e o júri internacional escolher e preferir os Alvarinhos de fora aos nacionais, mas os lusos destacaram-se e receberam as mais altas notas possíveis.
Havendo 10 medalhas de ouro para Portugal numa contagem total de 14, sendo a lista composta por: Soalheiro, Alvarinho QM, Dona Paterna Reserva, Dona Paterna, Aveleda Alvarinho, Quinta do Regueiro, Quinta das Alvaianas, Castrus de Melgaço, Alvarinho QL e Soalheiro Reserva.
Já em terras de Douro, mais precisamente na Régua, houve o primeiro concurso de Vinhos do Douro e Porto, e apesar de terem sido distribuídas 15 medalhas de ouro, apenas duas foram de excelência.
Uma para um Douro - Castelinho Premium Tinto 2007 e uma para um Porto - Messias Porto 1966.
Mais provas como o Encontro dos Vinhos e Sabores em Outubro, realizado pela revista dos Vinhos, a Essência do Vinho organizada pela Essência do Vinho, ou as diversas provas e concursos organizadas pelas diferentes CVR, são os locais perfeitos para os produtores mostrarem os seus produtos e o publico provar o que melhor há por este país.
Agora não se esqueça de ter orgulho nos nossos produtores e no dia 10 de Junho comemore o dia de Portugal brindando com um vinho “Produzido em Portugal”!
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Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 6 de Junho de 2011
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