OJE - Lifestyle - 2010.04.28
Cheguei à porta do hotel, entreguei as chaves do carro ao porteiro, dirigi-me ao elevador, carreguei no "R" e fiz uma viagem ultra-sónica até ao último andar do hotel Sheraton Lisboa.
Rendido à vista que este espaço oferece sobre a Capital, ainda tenho tempo para um aperitivo antes de passar para a sala de combate.
O bar está repleto de empresários e quadros que foram beber um último copo antes de voltarem para casa, ou quem sabe aventurar-se nos prazeres da mesa.
A cozinha está a cargo do Chefe Leonel Pereira, um criativo e irrequieto cozinheiro que só se contenta quando o impossível está desmascarado numa das suas apetitosas obras.
Sentado numa mesa em que, mais perto da janela e da cidade era impossível, deixo de pensar um pouco no exterior e foco-mo no interior.
As mesas espaçadas (oferecendo privacidade), os copos e pratos da Christoffle, os talheres de prata, fundiam-se na decoração discreta, no entanto com bom gosto.
É tempo de largar a prosaica e virar-me para a acção, pois já estão na mesa as ostras do rio Sado ao natural sobre espuma de funcho, ovas de Tobiko, gelado de maçã "granny smith" e bronoise de pepino. Um prato fresco, diria mesmo sensual, onde a bronoise reforça a fresquidão da ostra e as ovas são pequenas bombinhas de prazer que explodem lentamente na boca. Acompanhou-se o prato com um alvarinho Aveleda Follies.
Segue-se aquele que eu mais aguardava, "o coral": tiras de choco gigantes salteadas, amêijoas, percebes, algas frescas, salicórnias e minerais, a experiência é como dar um mergulho no fundo do mar num dia quente de Verão, e sair com todos os frescos e salgados aromas que este oferece. Troquei a opção de vinho por uma cerveja e estava a viver um dos meus melhores dias de praia sem sequer estar à beira mar.
A Gamba Encarnada do "Algarve" corada sobre umas falsas migas de broa com poejos, tomate e chaterelles rosa, acompanhou-se de um "Gold Cuvée", espumante ‘inot com folhas de ouro de 22 quilates, harmonia interessante, onde primeiro sobressaem as texturas das migas, depois os sabores exóticos dos cogumelos, terminando nas apelativas e tenras gambas.
Nacos do Lombo de Atum corado e Toro confitado em azeite, mousse de cebola e batatinhas salteadas com miolo de amêijoa, coentros e azeitona galega e um tinto do Paulo Laureano Premium. A textura de todo o prato é excelente, a cebolada, o alho e as batatas lembram um pouco o Algarve e convidam o atum a saltar para a grelha.
Um verdadeiro e fresco regalo gustativo.
Termino os quentes com: A nossa "Modesta Homenagem" ao cozido à portuguesa sobre um creme de nabo com lombardo e geleia natural das suas carnes.
Esqueçam os vinhos, esqueçam as lembranças negativas da infância e rendam-se ao creme de nabo, pois por mais que quisesse parar não conseguia. Foi sempre o primeiro a não ser escolhido quando era pequeno, mas aqui é algo que poderia comer à colher.
É um conceito inovador e uma visão diferente do cozido, talvez provocatório para os puristas, mas este eu poderia repetir dezenas de vezes e não sair enfartado. Parabéns Leonel.
Antes do café ainda houve tempo para: Sobre um aveludado de Porto "Rubi" bronoise de pêra rocha confitada, crocante de caril e gelado de fava tonka, bem preparado e arrojado, é uma harmonia de sabores e aromas.
Acompanhei este prato com um Porto Real Companhia Velha, que naturalmente se integrou ao prato, na minha próxima visita vou tentar com um Madeira.
Cheguei à porta do hotel, entreguei as chaves do carro ao porteiro, dirigi-me ao elevador, carreguei no "R" e fiz uma viagem ultra-sónica até ao último andar do hotel Sheraton Lisboa.
Rendido à vista que este espaço oferece sobre a Capital, ainda tenho tempo para um aperitivo antes de passar para a sala de combate.
O bar está repleto de empresários e quadros que foram beber um último copo antes de voltarem para casa, ou quem sabe aventurar-se nos prazeres da mesa.
A cozinha está a cargo do Chefe Leonel Pereira, um criativo e irrequieto cozinheiro que só se contenta quando o impossível está desmascarado numa das suas apetitosas obras.
Sentado numa mesa em que, mais perto da janela e da cidade era impossível, deixo de pensar um pouco no exterior e foco-mo no interior.
As mesas espaçadas (oferecendo privacidade), os copos e pratos da Christoffle, os talheres de prata, fundiam-se na decoração discreta, no entanto com bom gosto.
É tempo de largar a prosaica e virar-me para a acção, pois já estão na mesa as ostras do rio Sado ao natural sobre espuma de funcho, ovas de Tobiko, gelado de maçã "granny smith" e bronoise de pepino. Um prato fresco, diria mesmo sensual, onde a bronoise reforça a fresquidão da ostra e as ovas são pequenas bombinhas de prazer que explodem lentamente na boca. Acompanhou-se o prato com um alvarinho Aveleda Follies.
Segue-se aquele que eu mais aguardava, "o coral": tiras de choco gigantes salteadas, amêijoas, percebes, algas frescas, salicórnias e minerais, a experiência é como dar um mergulho no fundo do mar num dia quente de Verão, e sair com todos os frescos e salgados aromas que este oferece. Troquei a opção de vinho por uma cerveja e estava a viver um dos meus melhores dias de praia sem sequer estar à beira mar.
A Gamba Encarnada do "Algarve" corada sobre umas falsas migas de broa com poejos, tomate e chaterelles rosa, acompanhou-se de um "Gold Cuvée", espumante ‘inot com folhas de ouro de 22 quilates, harmonia interessante, onde primeiro sobressaem as texturas das migas, depois os sabores exóticos dos cogumelos, terminando nas apelativas e tenras gambas.
Nacos do Lombo de Atum corado e Toro confitado em azeite, mousse de cebola e batatinhas salteadas com miolo de amêijoa, coentros e azeitona galega e um tinto do Paulo Laureano Premium. A textura de todo o prato é excelente, a cebolada, o alho e as batatas lembram um pouco o Algarve e convidam o atum a saltar para a grelha.
Um verdadeiro e fresco regalo gustativo.
Termino os quentes com: A nossa "Modesta Homenagem" ao cozido à portuguesa sobre um creme de nabo com lombardo e geleia natural das suas carnes.
Esqueçam os vinhos, esqueçam as lembranças negativas da infância e rendam-se ao creme de nabo, pois por mais que quisesse parar não conseguia. Foi sempre o primeiro a não ser escolhido quando era pequeno, mas aqui é algo que poderia comer à colher.
É um conceito inovador e uma visão diferente do cozido, talvez provocatório para os puristas, mas este eu poderia repetir dezenas de vezes e não sair enfartado. Parabéns Leonel.
Antes do café ainda houve tempo para: Sobre um aveludado de Porto "Rubi" bronoise de pêra rocha confitada, crocante de caril e gelado de fava tonka, bem preparado e arrojado, é uma harmonia de sabores e aromas.
Acompanhei este prato com um Porto Real Companhia Velha, que naturalmente se integrou ao prato, na minha próxima visita vou tentar com um Madeira.
Gosto muito de seguir as indicações dos chefes e sommiliers, e neste caso fui muito bem conduzido, mas por vezes também é bom divagar e procurar novas notas e mudar alguns tons no que para mim foi uma verdadeira sinfonia gustativa e criativa.
Suba bem alto até ao topo e deixe-se conduzir pelo chefe nesta viagem aos prazeres da gastronomia.
Detalhes
Restaurante Panorama
Sheraton Lisboa Hotel & Spa - Rua Latino Coelho 1 - 1069-025 Lisboa
W 9º 9' 4,9'' N 38º 43' 47,4''
www.sheraton.com/lisboa
sheraton.lisboa@sheraton.com
+351 213 120 708 / +351 213 120 000
Horário: Aberto todos os dias das 19h às 23h
Preço Médio: €70, Menu de degustação €52 (€72
com suplemento de bebidas)
Tipo de Cozinha: Contemporânea Portuguesa de Autor
Cartões: MB, VISA, MASTERCARD, AMEX, DINNERS
Notas: Valet Parking
Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 28 de Abril de 2010
Suba bem alto até ao topo e deixe-se conduzir pelo chefe nesta viagem aos prazeres da gastronomia.
Detalhes
Restaurante Panorama
Sheraton Lisboa Hotel & Spa - Rua Latino Coelho 1 - 1069-025 Lisboa
W 9º 9' 4,9'' N 38º 43' 47,4''
www.sheraton.com/lisboa
sheraton.lisboa@sheraton.com
+351 213 120 708 / +351 213 120 000
Horário: Aberto todos os dias das 19h às 23h
Preço Médio: €70, Menu de degustação €52 (€72
com suplemento de bebidas)
Tipo de Cozinha: Contemporânea Portuguesa de Autor
Cartões: MB, VISA, MASTERCARD, AMEX, DINNERS
Notas: Valet Parking
Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 28 de Abril de 2010
2 comentários:
creio que alguma coisa mudou...desde aí
estive no panorame a 2 de abril 2011
e simplesmente fiquei com a ideia da distancia que existe entre a gastronomifrancesa e a gastronomia de inspiraçao francesa que alguns tentam copiar
ex.o foie gras ou nao se faz ou se vai ver como se faz na origem
para mim um desatre
vieira em puré clorofila???? espinafres?
enfim ...uma peauena desilusao
Olá Almeida,
Eu no caso do panorama e do chefe Leonel Pereira, tenho a certeza que ele não copia nada e a inspiração é sobre a cozinha tradicional portuguesa bastante contemporânea.
O foie é a versão dele e já recebeu os mais largos elogios de todos os críticos nacionais e internacionais.
Como em tudo é uma questão de gosto, ninguém pode dizer que a confeção está mal executada, eu por exemplo não sou grande apreciador de chinês, mas sei ver quando a confeção é bem ou mal executada.
Obrigado
Vicente
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