quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Chefe Cozinheiro do Ano 2010

A decisão foi inesperada diria mesmo uma reviravolta para os cabisbaixos oito participantes da final do Chefe Cozinheiro do Ano (CCA).

Este ano não há vencedores porque não houve qualidade técnica, tendo-se assistido a vários erros básicos, segundo Fausto Airoldi - Presidente do Júri.

Mas como eu não avaliei, fica aqui o comunicado da organização sobre o resultado de 2010.

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Sobre a Final do CCA 2010
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Obrigada a todos pelos vossos comentários, positivos e negativos.

Compete-nos um esclarecimento e não uma justificação. Estamos certos da decisão tomada, que foi a correcta para a manutenção do rigor e do patamar de qualidade que queremos para o CCA. É uma questão de respeito pelos anteriores 20 CCAs, por todos os concorrentes e pelos nossos parceiros e patrocinadores. Estamos aqui, nas Edições do Gosto, 15 pessoas com afinco e dedicação, tentando manter a herança de 1989, desde 2002, para valorizar a gastronomia portuguesa e por vezes, sempre que necessário, a tomar uma posição.

O facto de ontem não se ter atribuído um vencedor não significa que os oito concorrentes não tinham qualidade. Acreditamos que todos eles são profissionais competentes e mereceram estar a disputar a Final Nacional pelo trabalho que fizeram nas Etapas Regionais e pelo trabalho diário nos seus locais de trabalho.

Ontem disputou-se uma Final Nacional com base num Cesto Surpresa e era isso que estava a ser avaliado. Os menus apresentados como resultado dessa prova não foram excelentes. E era isso que estava em causa ontem. Avaliar a harmonia dos menus apresentados, a sua execução técnica e nutricional, o sabor, a apresentação, os correctos pontos de cozedura e todos os critérios que estão definidos em Regulamento técnico e de prova.

Estão presentes três tipos de júri:

Um júri técnico de higiene, que não prova.

Um júri técnico que está na cozinha, avalia as prestações, que não prova.

Um júri de prova que não está na cozinha, recebe os pratos sem identificação e prova.

No final há uma reunião, sem que seja identificado concorrente algum.

Não está em causa a qualidade, carreira ou competência de um concorrente, está em causa o resultado que se apresenta num conjunto de pratos que constituem um menu, naquele dia específico do concurso.

No final houve uma pontuação atribuída, com base nas pontuações individuais dos 14 elementos do júri. Naturalmente que na média das pontuações haveria sempre um concorrente com maior pontuação que os restantes, nem que fosse por 1 ponto. E teria sido mais fácil para todos atribuir-lhe o prémio.

Ainda assim, não é objectivo deste Concurso premiar “o menos mau”.

Queremos premiar a excelência, o rigor e a qualidade.

Felizmente que contamos com parceiros e patrocinadores que partilham connosco a vontade de elevar o patamar da cozinha portuguesa. Foi difícil para o júri tomar esta decisão, por todo o respeito que têm pelos colegas que estavam em competição.

Sabemos que foi duro para com os concorrentes, que preferiam ter perdido para alguém. Mas no fundo, se tivéssemos escolhido um vencedor não estaríamos a ser verdadeiros com a nossa missão, que é dignificar a vossa profissão.

NOTA FINAL: A Organização do CCA publica anualmente um Regulamento aprovado pelo Presidente do Júri, em consonância com a Federação Mundial das Associações de Cozinheiros (WACS). O ponto 10. prevê que o júri possa não atribuir primeiro prémio.

Obrigado a todos. Viva a possibilidade de cada um escrever o que entender e nós somos gente dessa liberdade. Porém, temos a pedir que, por gentileza, opinem com conhecimento. Usem com absoluta liberdade, mas com equilíbrio, este nosso espaço aberto. Nós somos gente que vive isto todos os dias e custa-nos, naturalmente, dar guarida a opiniões que nada têm que ver com este sector e que aqui vêm prestar as suas naturais fidelidades, alegrias e desgraças.

Por nós falamos nós. Estamos cá há tempo suficiente para saber do nosso caminho. Obrigado a todos.

Paulo Amado
Rita Cupido
EDIÇÕES DO GOSTO

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