OJE - Lifestyle - 2009.12.30
Há 25 anos que não nevava em Belmonte como no dia 20 de Dezembro. Não poderia ser melhor o cenário que foi criado para a minha degustação.
Ainda antes de partir para o interior de Portugal, fui dar uma vista de olhos no site e a ementa apregoava que a minha tarefa não iria ser fácil. De raspão pude ver logo dez entradas, 11 peixes e carnes, oito sobremesas e ainda uma folha introdutória muito interessante que juntava 14 sugestões do chef.
Ir e voltar estava fora de questão. Fui e pernoitei para dar a devida atenção a este "cardápio".
A sala de jantar é um local magnífico com uma decoração sóbria, uma lareira para fazer esquecer a temperatura negativa e um cenário que só a Serra da Estrela sabe oferecer.
Mesas espaçosas e com a devida distância do vizinho fazem com que a conversa seja amena e privada.
Iniciei a minha árdua tarefa com o Aveludado de ervilhas com gelado de azeite e manjericão, e o branco da casa. Ainda agora comecei a viagem dos sabores e parece-me que vou num jacto de luxo.
O creme macio e aveludado já por si só era bom, mas o gelado criou uma explosão fantástica na boca.
Mantive-me no vinho da casa: Almeida Garret, mas agora tinto, que fez sinfonia quando combinou com o Javali à Frei Humberto revestido com migas de broa de milho e alecrim, tomilho e salsa ao molho de alho doce confitado em azeite.
Apesar de não ser fã da combinação do tomilho com o alecrim, esta não era excessiva e tornou a miga diferente e interessante.
Os tomates estavam confitados de forma perfeita.
Terminei com o famoso Leite-creme servido numa pedra do rio, ideia da Adelaide, proprietária e decoradora, que mandou escavar as pedras adicionando à fantástica sobremesa um toque de singularidade.
Depois de uma pausa volto à carga, e agora nas mãos do chef Valdir.
A entrada era uma Sinfonia de cogumelos silvestres sauté em alho, azeite e ervas aromáticas, muito bem preparada e apresentada, e os cogumelos sempre frescos.
É a vantagem de estar colado com a produção e, apesar de estar quase no final de época, ainda há uns pelo bosque.
Estes já não porque os comi, mas para o ano há mais!
Depois veio o Creme de Morcela suculenta sobre Vitelinha de leite na grelha com puré de batata e trufas pretas de Verão.
Aqui já estava rendido. De referir que se tinha aberto uma garrafa de Hexagon 2003, que estava soberbo.
Finalizei com o Soufflé de Goiaba com musselina de requeijão de ovelha, que tem de ser pedida no início da refeição para no fim ser a coroa desta passerelle de iguarias.
Não fui capaz de sair deste espaço sem provar o Capuccino de Cogumelos com espuma de ervas aromáticas do jardim do Convento, e que feliz decisão a minha, pois é realmente uma excelente combinação entre o sabor rude do cogumelo com o sabor fresco das ervas, muito aveludado e de apresentação magnífica.
Esta não foi uma refeição, foi uma viagem aos sabores da terra e da serra, foi sair para descobrir algo de novo e diferente e foi partir mais rico e cheio de vontade de partilhar a minha experiência com os meus leitores.
Façam as malas, encham os depósitos, e façam-se à estrada, pois este local não é uma paragem obrigatória, mas sim um destino indispensável.
Para comentar este artigo ou sugerir temas contacte o autor por gourmet@live.com.pt
Detalhes
Gourmet da Pousada do Convento de Belmonte
Serra da Esperança 6250 Belmonte
www.conventodebelmonte.pt
reservas@conventodebelmonte.pt
+351 275 910 300
+351 917 063 116
Horário: Almoço 13h00 às 15h00 e Jantar 19h30 às 22h00.
Preço Médio: 39,00 €
Tipo de Cozinha: Portuguesa Contemporânea
Cartões: Todos.
Coordenadas GPS - N 40º 20.647' W 7º 21.623'
Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 30 de Dezembro de 2009
Há 25 anos que não nevava em Belmonte como no dia 20 de Dezembro. Não poderia ser melhor o cenário que foi criado para a minha degustação.
Ainda antes de partir para o interior de Portugal, fui dar uma vista de olhos no site e a ementa apregoava que a minha tarefa não iria ser fácil. De raspão pude ver logo dez entradas, 11 peixes e carnes, oito sobremesas e ainda uma folha introdutória muito interessante que juntava 14 sugestões do chef.
Ir e voltar estava fora de questão. Fui e pernoitei para dar a devida atenção a este "cardápio".
A sala de jantar é um local magnífico com uma decoração sóbria, uma lareira para fazer esquecer a temperatura negativa e um cenário que só a Serra da Estrela sabe oferecer.
Mesas espaçosas e com a devida distância do vizinho fazem com que a conversa seja amena e privada.
Iniciei a minha árdua tarefa com o Aveludado de ervilhas com gelado de azeite e manjericão, e o branco da casa. Ainda agora comecei a viagem dos sabores e parece-me que vou num jacto de luxo.
O creme macio e aveludado já por si só era bom, mas o gelado criou uma explosão fantástica na boca.
Mantive-me no vinho da casa: Almeida Garret, mas agora tinto, que fez sinfonia quando combinou com o Javali à Frei Humberto revestido com migas de broa de milho e alecrim, tomilho e salsa ao molho de alho doce confitado em azeite.
Apesar de não ser fã da combinação do tomilho com o alecrim, esta não era excessiva e tornou a miga diferente e interessante.
Os tomates estavam confitados de forma perfeita.
Terminei com o famoso Leite-creme servido numa pedra do rio, ideia da Adelaide, proprietária e decoradora, que mandou escavar as pedras adicionando à fantástica sobremesa um toque de singularidade.
Depois de uma pausa volto à carga, e agora nas mãos do chef Valdir.
A entrada era uma Sinfonia de cogumelos silvestres sauté em alho, azeite e ervas aromáticas, muito bem preparada e apresentada, e os cogumelos sempre frescos.
É a vantagem de estar colado com a produção e, apesar de estar quase no final de época, ainda há uns pelo bosque.
Estes já não porque os comi, mas para o ano há mais!
Depois veio o Creme de Morcela suculenta sobre Vitelinha de leite na grelha com puré de batata e trufas pretas de Verão.
Aqui já estava rendido. De referir que se tinha aberto uma garrafa de Hexagon 2003, que estava soberbo.
Finalizei com o Soufflé de Goiaba com musselina de requeijão de ovelha, que tem de ser pedida no início da refeição para no fim ser a coroa desta passerelle de iguarias.
Não fui capaz de sair deste espaço sem provar o Capuccino de Cogumelos com espuma de ervas aromáticas do jardim do Convento, e que feliz decisão a minha, pois é realmente uma excelente combinação entre o sabor rude do cogumelo com o sabor fresco das ervas, muito aveludado e de apresentação magnífica.
Esta não foi uma refeição, foi uma viagem aos sabores da terra e da serra, foi sair para descobrir algo de novo e diferente e foi partir mais rico e cheio de vontade de partilhar a minha experiência com os meus leitores.
Façam as malas, encham os depósitos, e façam-se à estrada, pois este local não é uma paragem obrigatória, mas sim um destino indispensável.
Para comentar este artigo ou sugerir temas contacte o autor por gourmet@live.com.pt
Detalhes
Gourmet da Pousada do Convento de Belmonte
Serra da Esperança 6250 Belmonte
www.conventodebelmonte.pt
reservas@conventodebelmonte.pt
+351 275 910 300
+351 917 063 116
Horário: Almoço 13h00 às 15h00 e Jantar 19h30 às 22h00.
Preço Médio: 39,00 €
Tipo de Cozinha: Portuguesa Contemporânea
Cartões: Todos.
Coordenadas GPS - N 40º 20.647' W 7º 21.623'
Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 30 de Dezembro de 2009
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