Sempre que viajo pelo nosso país descubro produtos, gentes e empresas de um valor tal que tenho a certeza que, devidamente apoiados e divulgados, poderão ajudar a tirar Portugal desta desesperante crise que enfrentamos.
O produto que vou destacar no meu primeiro artigo dedicado a esta matéria vem do Alentejo e além de chegar diariamente à mesa de milhares de portugueses, está garantidamente na mesa de muitos europeus, principalmente dos ingleses, que através de empresas como a Harrods ou a Marks & Spencer, provam e apreciam as famosas Uvas Sem Grainha da Herdade Vale da Rosa.
São 230 hectares de área dedicada às uvas de qualidade e, apesar da sua dimensão, os projectos futuros são para ampliar e crescer, não só na área de plantação e produção, como na descoberta de novos e mais amplos mercados, sendo ainda de forma reduzida uma das empresas portuguesas que contribui para o mercado interno e, responsavelmente, equilibra a balança comercial no que respeita a exportações.
Aqui se produzem 13 variedades de uvas, das quais seis são sem grainha, dividindo-se equitativamente entre brancas e tintas e, apesar de haver algumas diferenças entre cada uma destas variedades, há pontos comuns a todas: os bagos são de pele espessa (quase crocante), são doces e de baixa acidez, tornando-se num produto irresistível e viciante.
Em Portugal podemos descobrir em praticamente todas as grandes superfícies.
Além da rosa que distingue visualmente o produto, há várias bandeiras vermelhas e verdes, bem como a palavra Portugal escrita em diversos locais. Como há algumas dezenas de anos se ouvia numa campanha fabril: "O que é nacional é bom!"
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Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 06 de Setembro de 2011
4 comentários:
Sem grainha ? Quere dizer OGM penso...Os nossos produtores tem é que optar por coisas naturais, respeitando a natureza. Ainda mais na area do vinho : biodinamica, vinhas naturais, castas rusticas e originais...
Olá Christophe, por mais incrível que pareça, estas uvas são naturais havendo registo destas uvas há já vários por todo o país.
Eram e sempre foram vistas como processos de transformação genética, logo as pessoas não comiam, mas esta herdade nos anos 60 já tinha bastantes videiras plantadas e no inicio dos anos 70 já exportava para vários pontos da Europa.
Pode ir a confiança, que o processo é natural, rústico, tradicional e muito saboroso.
Obrigado pelo comentário
V
Verdade ? Entao sim é uma boa aposta.
E parabens pelo blog, gosto muito.
Abraço de Paris.
A uva sem grainha sempre existiu (sultaninas) e nós sempre comemos (passas dos bolos por exemplo). Acontece que estas uvas eram muito pequenas, portanto com pouco valor comercial enquanto uva de mesa. Ao longo dos anos, o cruzamento de espécies tornou possível o aumento de tamanho da uva, sendo estas as que agora chegam às nossas mesas. É um produto inteiramente natural, prático e delicioso! :)
E como nota de curiosidade, a uva sem grainha até tem "grainha" mas é tão pequena que se torna impercetível. Esse é o segredo!
Parabéns pelo blog!
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