Desde que degustei pela primeira vez um Redoma, que entrou nos meus vinhos de selecção.
Tem todas as características que aprecio num vinho: novidade, irreverência, além de ser um vinho altamente gastronómico.
É importante frisar que, como não poderia deixar de ser, iniciei a minha relação pelos tintos, depois os brancos, terminando nos rosés.
Desde esse primeiro contacto que todos os anos faço a mesma pergunta: será possível manter a qualidade e talvez superar um pouco?
A resposta é sim!
Pois faz menos de uma semana que tive acesso às mais recentes novidades e nenhuma delas me desiludiu, até pelo contrário, o Redoma Branco 2009 é um néctar bastante surpreendente.
Começo por falar um pouco do mais clássico: o Redoma Tinto 2008. Já são 17 anos de história desde a sua primeira colheita na Quinta do Carril em 1991, mas não é pelo tempo de experiência que Dirk Niepoort baixa os braços ao progresso, e este ano voltou a demonstrar que tudo o que faz é para ser bom e contemporâneo.
O Batuta tinto é produzido de vinhas velhas entre os 60 a 120 anos, sendo um blend entre as castas Tinta Amarela, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinto Cão, e outras, resultando no engarrafamento de 13.847 garrafas.
Em 2008, a sua apresentação é escura e intensa, evidenciando notas de ameixa, pimenta e vegetais.
A boca é suave, muito frutada e mineral, com taninos e acidez muito equilibrados, terminando intenso e persistente. Recomendo servido a 18ºC com um bom bife grelhado ou frito e molho forte e especiado. PVP 29€.
Falando do Redoma Branco 2009, a história reza ao ano de 1995, sendo produzido principalmente das castas Rabigato, Codega, Donzelinho, Viosinho e Arinto, revelando-se em 26.560 garrafas de um branco fantástico.
Limpo e cristalino, revela no nariz notas cítricas, minerais, um pouco de alperce e pêssego e uma ligeira tosta, e na boca essas mesmas notas revelam-se de forma fresca e elegante, de final complexo. Ideal para peixes assados, mariscos cozidos.
Sirva a 8-10ºC e o preço recomendado é de 14,70€.
Termino com o arrojado Redoma Branco Reserva 2009, também ele muito equilibrado e, principalmente, interessante.
Também ele é produzido das castas Rabigato, Codega, Donzelinho, Viosinho, Arinto e outras, dando lugar a mais de dez mil garrafas.
Envelhecido durante nove meses em cascos de carvalho francês, que lhe dão uma característica única e singular, este vinho é extremamente fresco e mineral e de uma complexidade apaixonante, com um subtil aroma a fumado.
A boca é um pouco ácida, mas mesmo assim equilibrada, passando para os sabores das frutas e minerais. Tem um bom potencial para envelhecimento. Sirva entre os 10-12ºC e o PVP situa-se nos 30€.
Dirk Niepoort não faz vinhos a pensar no seu ego, faz sim muitos vinhos de forma intensa e apaixonada, mas sempre a pensar que quem bebe os seus vinhos também tem uma palavra válida nas suas criações.
Os Redomas são vinhos para beber, degustar e, principalmente, apreciar.
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Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 8 de Setembro de 2010
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