http://www.bocca.pt/
Rua Rodrigo da Fonseca 87D – Lisboa
Tel. 213 808 383
Onde há arte e criatividade, bom senso e destreza, nunca se desce à banalidade ou mediocridade, e o Bocca é prova disso.
Há uns tempos, ainda no ano passado, tive curiosidade e vim visitar este espaço. Gostei e fiquei adepto. Soube da mudança da carta, e despertou-me a curiosidade de voltar e confirmar se mantinha os parâmetros anteriores.
Não vou dizer que superou, pois estando no patamar que já lhe conhecia, ir para cima era rachar o céu. Mas mesmo assim os apontamentos criativos, juntando-se o conhecimento da confecção, fazem deste chef Alexandre Silva uma pessoa a seguir atentamente.
A entrada no Bocca é precedida da incógnita e do fascínio de se conseguir ver a sala, mas não o suficiente para entrar no contexto.
Ao primeiro passo após a porta, vem o sempre simpático chef de sala oferecer os préstimos e boas vindas. Da entrada ficamos logo com a sensação que a garrafeira promete um bom casamento, seja qual for o prato que se escolha.
Já sentado tenho a obrigação de ser fiscal do chef e sua equipa, pois só um vidro separa a cozinha da sala, o quente não se sente, mas o espírito fica-nos na mente.
Copos, toalhas, guardanapos, serviço e pessoal são um regalo aos olhos, tudo peças bonitas que se enquadram que nem uma luva no espaço.
Começam os trabalhos: devoro o pão ainda morno com o azeite servido no couvert, ao qual não dedico muito tempo, pois começo a deliciar-me com um creme de espargos e pó de presunto, servido como amouse bouche.
O escalopes de foie gras salteados, tatin de manga, caviar de cacau e redução de ginga d’Óbidos trazem o doce e amargo e o ligeiro frutado ao foie, um prato cheio de requinte e personalidade. O Quinta do Alqueve colheita tardia 2007 acompanha e casa bem com este prato.
Salada de salmão curado à nossa maneira, gelatina de espinafres e creme de manga para beber, acompanhou-se de um Vale Pradinhos 2005 branco.
A minha selecção foi para o gigante que se seguiu: Lombo de borrego “Donald Russel” salteado e envolto em ervas finas, cebolinhas confitadas, chutney de alperce e crocantes de batata. O doce das cebolinhas acalma os fortes aromas da gordura do borrego, e as ervas trazem o equilíbrio sem destoar entre a carne, a fruta e o doce da cebola, uma combinação no mínimo arrojada e bem executada
A escolha vínica recaiu no Quinta do Passadouro tinto 2006. Como o prato que se seguia era novamente rico em sabor, pedi para a garrafa ficar e acompanhar as espetadas de peitos de codorniz grelhada em pau de alecrim, canelonis de beringela com couscous de ratatouille e cenourinhas salteadas em molho de sésamo.
Seguiram-se duas sobremesas: Coulant de chocolate negro com sorbet de framboesa, e um gelado de duas bolas. Casaram-se com duas criações da Filipa Pato , FP late harvest 2005, e FP 3B baga e bical espumante rosé.
Da sobremesa, só aviso os amantes do chocolate que têm uma árdua (pela quantidade) e facilitada (pela qualidade) tarefa pela frente.
Um jantar, uma refeição e uma experiencia que dificilmente irei esquecer!
O bocca é o ponto de partida para a viagem dos sabores, mas o nome é escasso para todos os sentidos que ganham vida nesta casa.
Foto 1 - Escalopes de foie gras salteados
Foto 2 - Salada de salmão curado à nossa maneira
Foto 3 - Lombo de borrego “Donald Russel”
Foto 4 - Espetadas de peitos de codorniz grelhada em pau de alecrim
Foto 5 - Coulant de chocolate negro com sorbet de framboesa
Rua Rodrigo da Fonseca 87D – Lisboa
Tel. 213 808 383
Onde há arte e criatividade, bom senso e destreza, nunca se desce à banalidade ou mediocridade, e o Bocca é prova disso.
Há uns tempos, ainda no ano passado, tive curiosidade e vim visitar este espaço. Gostei e fiquei adepto. Soube da mudança da carta, e despertou-me a curiosidade de voltar e confirmar se mantinha os parâmetros anteriores.
Não vou dizer que superou, pois estando no patamar que já lhe conhecia, ir para cima era rachar o céu. Mas mesmo assim os apontamentos criativos, juntando-se o conhecimento da confecção, fazem deste chef Alexandre Silva uma pessoa a seguir atentamente.
A entrada no Bocca é precedida da incógnita e do fascínio de se conseguir ver a sala, mas não o suficiente para entrar no contexto.
Ao primeiro passo após a porta, vem o sempre simpático chef de sala oferecer os préstimos e boas vindas. Da entrada ficamos logo com a sensação que a garrafeira promete um bom casamento, seja qual for o prato que se escolha.
Já sentado tenho a obrigação de ser fiscal do chef e sua equipa, pois só um vidro separa a cozinha da sala, o quente não se sente, mas o espírito fica-nos na mente.
Copos, toalhas, guardanapos, serviço e pessoal são um regalo aos olhos, tudo peças bonitas que se enquadram que nem uma luva no espaço.
Começam os trabalhos: devoro o pão ainda morno com o azeite servido no couvert, ao qual não dedico muito tempo, pois começo a deliciar-me com um creme de espargos e pó de presunto, servido como amouse bouche.
O escalopes de foie gras salteados, tatin de manga, caviar de cacau e redução de ginga d’Óbidos trazem o doce e amargo e o ligeiro frutado ao foie, um prato cheio de requinte e personalidade. O Quinta do Alqueve colheita tardia 2007 acompanha e casa bem com este prato.
Salada de salmão curado à nossa maneira, gelatina de espinafres e creme de manga para beber, acompanhou-se de um Vale Pradinhos 2005 branco.
A minha selecção foi para o gigante que se seguiu: Lombo de borrego “Donald Russel” salteado e envolto em ervas finas, cebolinhas confitadas, chutney de alperce e crocantes de batata. O doce das cebolinhas acalma os fortes aromas da gordura do borrego, e as ervas trazem o equilíbrio sem destoar entre a carne, a fruta e o doce da cebola, uma combinação no mínimo arrojada e bem executada
A escolha vínica recaiu no Quinta do Passadouro tinto 2006. Como o prato que se seguia era novamente rico em sabor, pedi para a garrafa ficar e acompanhar as espetadas de peitos de codorniz grelhada em pau de alecrim, canelonis de beringela com couscous de ratatouille e cenourinhas salteadas em molho de sésamo.
Seguiram-se duas sobremesas: Coulant de chocolate negro com sorbet de framboesa, e um gelado de duas bolas. Casaram-se com duas criações da Filipa Pato , FP late harvest 2005, e FP 3B baga e bical espumante rosé.
Da sobremesa, só aviso os amantes do chocolate que têm uma árdua (pela quantidade) e facilitada (pela qualidade) tarefa pela frente.
Um jantar, uma refeição e uma experiencia que dificilmente irei esquecer!
O bocca é o ponto de partida para a viagem dos sabores, mas o nome é escasso para todos os sentidos que ganham vida nesta casa.
Foto 1 - Escalopes de foie gras salteados
Foto 2 - Salada de salmão curado à nossa maneira
Foto 3 - Lombo de borrego “Donald Russel”
Foto 4 - Espetadas de peitos de codorniz grelhada em pau de alecrim
Foto 5 - Coulant de chocolate negro com sorbet de framboesa
9 comentários:
e os preços?
São car´ssímos.
É um restaurante de moda onde já comi muito bem mas também sempre muito caro. Há opções melhores mais seguras e mais baratas.
Olá Anónimo,
Desde já obrigado pelo seu comentário!
Os preços são almoço executivo: 30€
Jantar de degustação: 55€.
Dentro do parâmetro de qualidade, e da excelência de produtos não me parece caro.
Certamente que há opções mais baratas, mas certamente em detrimento dos bons e frescos produtos para a confecção.
Não querendo parecer irónico, e querendo mesmo saber mais informação, quais são as opções que acha válidas neste campo?
Até breve
Começo por dizer que já comi mal neste restaurante.(e paguei 60€ pelo menu)
Alternativas
com propostas semelhantes ou melhores
Alma 38€
Vin Rouge 40€
Club 45€ (com vinhos)
Feitoria 45€
Em todos comi melhor que no Bocca.
Alguns com salas muito agradaveis, muito mais amplas e com muito mais espaço entre as mesas.
Olá Anónimo desde já agradeço os seus comentários e sugestões.
De todos só ainda não sugeri o Club quanto aos outra tenho a minha opinião escrita de forma pública.
Não tenho razão de queixa de nenhum, mas sei que há dias melhores que outros, nem sempre as coisas correm como o serviço, chef e nós queremos.
Não deixe de comentar,
Até breve
V
Mas a relação entre e o preço e o produto/qualidade é ou não mais favorável nestes 4 restaurantes quando comparados com o Bocca?
Penso que a comparação é fundamental.
Por ex o Tavares é mais caro mas é uma muito melhor oferta e acaba por ser mais "barato" que alguns destes.
então as comparações são ou não são importantes
gostava de saber o que pensa das comparações?
Olá Anónimo, mais uma vez obrigado pelo seu comentário.
A minha opinião sobre comparações é bastante simples, faço uma avaliação de todos os items de um restaurante, nomeadamente:
Produtos (qualidade, frescura, utilização de items diferentes, aproveitamento da sazonalidade, ausência de congelados), menu, confecção e cozinha (técnicas, qualidade, casamento dos produtos, apresentação, criatividade, menu), serviço, decoração e louça (conhecimentos dos empregados, cortesia, apresentação, decoração do espaço, talheres, louças, copos), garrafeira e bar (diversidade e quantidade de bebidas/vinhos/licores/espumantes/etc que casam com o menu, conhecimento das bebidas servidas e recomendadas, bar), Opinião pessoal (gosto? é um espaço para 2 e/ou grupos? Experiencia positiva? e outras que são apenas minhas e pessoais) e preço (este é um bocado o resumo dos outros factores anteriores).
Depois de esta avaliação baseado nestes factores, tipo de cozinha, categoria e opinião pessoal, vou chegar a uma pontuação.
Depois de ter essa pontuação é que faço comparação, agora tenho uns que gosto mais e outros que não gosto tanto.
Mas nunca comparo um restaurante apenas pelo preço e pelo tipo, mas sim unicamente por: Gosto ou não gosto.
Espero que tenha sido elucidativo.
Não deixe de fazer os seus comentários, pois são muito importantes.
Até breve,
V
Muito profissional e correcto.
Obrigado
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