sábado, 14 de maio de 2011

Finalmente é sexta-feira

Ontem, durante a curta viagem que separa Lisboa de Almeirim e a troco da gentileza do meu colega jornalista Eduardo Miragaia, folheei e li alguns artigos de duas revistas muito interessantes, mas houve algo que me despertou a atenção.

Alguém, grande conhecedor da vida, apelidado de “bom vivant” relatava a história triste e macabra de uma tentativa de refeição num restaurante “Dantesco”*1.

Reforço o “tentativa”, porque a experiência pouco passou do insulto, desaforo e tudo o que não se deve fazer na arte de receber – saíram ainda antes de começarem a comer! E depois fala-se em crise financeira!

Ou seja, enquanto tivermos locais com gente mesquinha e agraciada por uma estupidez incontornável, optaremos sempre pelo conforto de caselas.

Curiosamente, na próxima segunda-feira dia 16, vai decorrer no Hotel Altis Belém o segundo encontro das Artes na Mesa.

É um fórum realizado pelas Edições do Gosto e direccionado para os chefes de sala (restaurantes), e todos os hoteleiros e restauradores que queiram saber um pouco mais do bicho de 7 cabeças que se chama “hospitality”.

No programa estão grandes figuras como o sommelier Johannes Hartmann, do restaurante Petrus de Gordon Ramsay; tem também intervenções do gastrónomo Virgílio Gomes e do enólogo Mário Louro, e muitos mais temas ligados à industria da restauração.

Não diria que é um programa para toda a família, mas é, concerteza, um tema onde todos podem opinar e debater para melhorar aquela que é uma das principais fontes de rendimento dos portugueses.
www.e-gosto.pt

Voltando ao inicio do texto e da viagem, estava eu a caminho de Almeirim, mais precisamente da Quinta da Alorna, para verificar e comprovar a qualidade dos novos néctares Premium desta casa: O Marquês da Alorna (reserva).

Apesar do calor e do tinto estar um pouco acanhado no inicio, revelou-se um grande pomadão.

O branco no inicio fez o seu papel de fresco, pois em terras de Ribatejo, quando aquece, só a bebida arrefece, e depois numa análise mais ponderada revelou os seus aromas de frutas brancas como pêssegos, nêsperas e uma mineralidade e frescura muito interessantes.

O preço ronda os €15 e só foram produzidas 3.000 garrafas.

Quanto ao tinto, um pouco mais discreto, no entanto ao fim de umas horas depois de aberto e de uma carga de oxigenação no copo, lá revelou os aromas de fruta escura do bosque madura, alguma madeira, no entanto não excessiva, e boa acidez.

Penso que ainda precisa de tempo em garrafa para evoluir, mas já é uma boa promessa. O preço ronda os €19 e foram engarrafadas 5.000 unidades.

Facto curioso de não terem sido reveladas as castas, se a moda pega, poupa-nos o texto e dificulta-nos a análise.

*1 – Depois da análise ao texto, consegui apurar que o restaurante em causa é a Adega do Dantas - Rua Marechal Saldanha 15 Lisboa

Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 13 de Maio de 2011

2 comentários:

MARIA LAIRES disse...

È para o Vicente! Já jhá muito tempo que não o encontrava no FaceBook - e digo-lhe que o seu texto me deliciou e tem também muita piada em certos detalhes! Parabéns, Vicente. Gostei muitíssimo de o voltar a ler, depois da minha prolongada ausencia (por doença que se mantém há 2 anos - e sem solução para já,isto é para mim. Mas espero que virá a ter solução daqui a uns 10 anos através dos avanços espantosos da Genética Médica - que irão revolucionar as vidas dos vindouros, a sua também,e a dos meus filhos, netos ...)
Volte a enviar-me notícias pq. me servem para aconselhar os m/ amigos! Um beijinho, e continue com grandes sucessos! Seja feliz! Maria Laires mlaires@netcabo.pt

EuSouGourmet disse...

Olá Maria,
Fico muito contente de a ver novamente por aqui e por outros locais. Espero que melhore e fico a aguardar ansiosamente os seus comentários,
Vicente