quarta-feira, 20 de julho de 2011

Reynolds e o tributo a Glória

Reza a história que a família Reynolds chegou há mais de 180 anos a Portugal, era então o ano de 1820 e foi pela pessoa do marinheiro e comerciante inglês Thomas Reynolds que esta duradoura ligação começou.

Como não poderia deixar de ser, a razão foi o vinho do Porto e foi na capital do norte que se sediou. Apesar de terem vivido alguns anos em Espanha a desenvolver uma indústria corticeira, não resistiram ao bichinho luso e voltaram para Portugal, desta vez o assento foi em Estremoz.

Aqui é Robert que inicia a gestão dos negócios de família e de uma forma inovadora tenta criar um vinho estilo Porto em terras alentejanas, e como facilmente se podia adivinhar o resultado não foi o esperado.

Foi depois do desaire que começaram a produzir vinhos de qualidade, e apesar de terem passado por propriedades e vinificações que estão na memória de todos, como o Mouchão, a história teve tanto andamento que não há linhas no jornal que possam explicar.

Em suma, Julian, filho de Gloria (quinta na geração dos anglo-lusos), comprou a herdade de Figueira de Cima em Arronches, com o objectivo simples de voltar às tradições familiares e produzir um vinho único com uma assinatura que transmita o terroir e ambição de fazer algo diferente.

A gama “Reynolds” divide-se entre a gama Gloria e a gama Julian, sendo os primeiros a gama de topo.

(www.gloriareynolds.com)

Aqui ficam as notas de prova dos novos lançamentos:
Julian Reynolds Branco 2010
Castas: Arinto
Graduação: 14,5%
Temperatura de Serviço: 10ºC a 12ºC
Nota de Prova: Cor: verde citrino límpido. Nariz: muito frutado, onde prevalecem as frutas tropicais e citrinos. Boca: Frutado, com boa acidez e muito elegante com um final suave e refrescante. Gastronomia: Aperitivo, peixes confeccionados e marisco grelhado.
PVP: €9

Gloria Reynolds Branco 2007
Castas: Antão Vaz
Graduação: 13,5%
Temperatura de Serviço: 13ºC a 14ºC
Nota de Prova: Cor: Amarelo carregado. Nariz: evidentes notas tostadas da barrica, alguma fruta seca torrada. Boca: Boa estrutura, muito mineral e fresco, mas principalmente com boa acidez: Gastronomia: Peixe no forno, queijo de casca mole.
PVP: €18

Julian Reynolds Tinto 2006
Castas: Trincadeira, Aragonês, Alicante Bouschet e Syrah.
Graduação: 13,5%
Temperatura de Serviço: 16ºC a 18ºC
Nota de Prova: Cor: Granada. Nariz: apesar dos cinco anos tem um nariz jovem com várias notas balsâmicas, mentoladas e alguma especiaria. Boca: Enche bem a boca, com taninos suaves. Macio e com uma longa e agradável persistência. Gastronomia: Pratos de confecção forte como as açordas, migas ou caça.
PVP: €9

Julian Reynolds Reserva Tinto 2005
Castas: Trincadeira, Aragonês e Alicante Bouschet.
Graduação: 13,5%
Temperatura de Serviço: 16ºC a 18ºC
Nota de Prova: Cor: Granada. Nariz: Grande equilíbrio entre a fruta e a barrica, com evidentes notas de ameixas, frutos de bosque e especiaria. Boca: Boa estrutura, fresco e com taninos muito elegantes, terminando longo suave e persistente: Gastronomia: Um pouco de tudo desde carnes vermelhas assadas, caça forte, até aos peixes salgados e sobremesas com chocolate negro.
PVP: €13,5

Gloria Reynolds Tinto 2004
Castas: Trincadeira e Alicante Bouschet.
Graduação: 13,5%
Temperatura de Serviço: 17ºC a 18ºC
Nota de Prova: Cor: Granada, algo jovial para os seus sete anos. Nariz: Muito intenso e complexo, com fruta do bosque confitada, chocolate e algumas resinas. Boca: Um verdadeiro estrondo, enchendo bem a boca, revelando uma acidez apaixonante e uns taninos maduros. Termina fresco e persistente com uma assinatura muito própria. Gastronomia: Visto que apesar da idade o vinho apresenta vigor o ideal é optar por pratos bastante intensos como a caça ou assados.
PVP: €35

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Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 20 de Julho de 2011

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